Recolha e selecção de Adriana Calvet e Elsa Anahory. Arranjo gráfico de Victor Belém
Para efeitos legais esta edição foi da responsabilidade de «Publicações Culturais Engrenagem, Lda.»
Considerações Prévias 1 – Neste volume reúnem-se textos escritos pela mão de determinadas crianças, ao lado de falas gravadas pelas mesmas. Há-de considerar-se o facto de nem aqueles textos nem estas falas terem sido retocadas (corrigidas, embelezadas ou moralizadas) por mão adulta. Desse facto resulta para esta edição uma especial importância. Mais que manifestação literata, tudo o que se vais ler é apenas matéria útil aos que se dedicam à investigação do modo infantil de dizer. Os limites destes trechos são os limites desse modo de expressão, parecendo-nos menos certo que a informação adulta viesse a modificar (vitimar) o que quer que seja as estas falas e textos, cuja poética, assim, reside exactamente no facto de terem sido realizados – sempre e só – por crianças. O que por acaso, é muito importante. E incomum, entre nós. 2 – Os autores destes textos procedem de estratos sociais burgueses e ao investigador aturado não faltaram ocasiões de verificar esse facto. Novamente se diga que a importância que tal circunstância pode tirar (ou pôr) aos trechos deste livro é a mesma que existirá em trabalhos semelhantes, feitos ou a fazer com crianças de outros estratos e respectivas linguagens. Se eles forem aparecendo completarão a tarefa que com este volume se inicia e que fica necessariamente parcelar e incompleta. Nem por isso deixamos de crer que este trabalho seja politicamente útil, consultivo e inovador.
Todas as crianças são poetas – Roland Barthes
«Quero dizer uma história! Era uma vez um gato maltês. E era uma vez um cão maltês. E o cão maltês casou com o gato maltês. E depois apareceu um boi. E depois o boi rosnou. E depois o cão maltês e o gato maltês acharam que era muito barulho. E depois foram à janela ver e viram que era um boi e mandaram o boi embora.»
€15
Recolha e selecção de Adriana Calvet e Elsa Anahory. Arranjo gráfico de Victor Belém
Para efeitos legais esta edição foi da responsabilidade de «Publicações Culturais Engrenagem, Lda.»
Considerações Prévias 1 – Neste volume reúnem-se textos escritos pela mão de determinadas crianças, ao lado de falas gravadas pelas mesmas. Há-de considerar-se o facto de nem aqueles textos nem estas falas terem sido retocadas (corrigidas, embelezadas ou moralizadas) por mão adulta. Desse facto resulta para esta edição uma especial importância. Mais que manifestação literata, tudo o que se vais ler é apenas matéria útil aos que se dedicam à investigação do modo infantil de dizer. Os limites destes trechos são os limites desse modo de expressão, parecendo-nos menos certo que a informação adulta viesse a modificar (vitimar) o que quer que seja as estas falas e textos, cuja poética, assim, reside exactamente no facto de terem sido realizados – sempre e só – por crianças. O que por acaso, é muito importante. E incomum, entre nós. 2 – Os autores destes textos procedem de estratos sociais burgueses e ao investigador aturado não faltaram ocasiões de verificar esse facto. Novamente se diga que a importância que tal circunstância pode tirar (ou pôr) aos trechos deste livro é a mesma que existirá em trabalhos semelhantes, feitos ou a fazer com crianças de outros estratos e respectivas linguagens. Se eles forem aparecendo completarão a tarefa que com este volume se inicia e que fica necessariamente parcelar e incompleta. Nem por isso deixamos de crer que este trabalho seja politicamente útil, consultivo e inovador.
Todas as crianças são poetas – Roland Barthes
«Quero dizer uma história! Era uma vez um gato maltês. E era uma vez um cão maltês. E o cão maltês casou com o gato maltês. E depois apareceu um boi. E depois o boi rosnou. E depois o cão maltês e o gato maltês acharam que era muito barulho. E depois foram à janela ver e viram que era um boi e mandaram o boi embora.»