Mulheres de xaile levam ao colo bebés com as pálpebras roxas; os rapazes estão parados nas esquinas; as raparigas olham para o outro lado da rua — ilustrações ordinárias, imagens dum livro cujas páginas viramos e tornamos a virar como se, por fim, fôssemos encontrar aquilo que buscamos. Cada rosto, cada loja, cada janela de quarto, bar e praceta escura é uma imagem febrilmente virada — em busca de quê? É o mesmo com os livros. Que buscamos em milhões de páginas? Continuamos esperançosamente a voltar as páginas — oh, aqui está o quarto de Jacob. Quem é Jacob? Apolo amando o mundo e liberto do mundo, alma ligada às coisas – com saudades delas. Em Cambridge conhece tudo: faz amigos, cai em paixões, passeia pela British Museum, lê infinitamente. A sua curiosidade, essa «força imponderável que nos faz viver», que é o que está no centro desta ode à beleza que Virginia Woolf assim compõe. - Ana Isabel Bastos, O Independente
Mulheres de xaile levam ao colo bebés com as pálpebras roxas; os rapazes estão parados nas esquinas; as raparigas olham para o outro lado da rua — ilustrações ordinárias, imagens dum livro cujas páginas viramos e tornamos a virar como se, por fim, fôssemos encontrar aquilo que buscamos. Cada rosto, cada loja, cada janela de quarto, bar e praceta escura é uma imagem febrilmente virada — em busca de quê? É o mesmo com os livros. Que buscamos em milhões de páginas? Continuamos esperançosamente a voltar as páginas — oh, aqui está o quarto de Jacob. Quem é Jacob? Apolo amando o mundo e liberto do mundo, alma ligada às coisas – com saudades delas. Em Cambridge conhece tudo: faz amigos, cai em paixões, passeia pela British Museum, lê infinitamente. A sua curiosidade, essa «força imponderável que nos faz viver», que é o que está no centro desta ode à beleza que Virginia Woolf assim compõe. - Ana Isabel Bastos, O Independente