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Um Louva-a-Deus num campo de girassóis

LT009476
2021
Guadalupe Portelinha

Editora Chiado
Idioma Português PT
Estado : Novo
Encadernação : Brochado
Disponib. - Indisponível

€17
Mais detalhes
  • Ano
  • 2021
  • Código
  • LT009476
  • Detalhes físicos
  • Nº Páginas
  • 327

Descrição

«Quando, do alpendre, olhou a montanha que todos os dias se erguia à sua frente e todos os dias se renovava, percebeu como o grito quebrara o silêncio. Um grito que fez levantar os pássaros em revoada e bateu nas fragas com a estridência de um chicote silvando no ar. Depois, num ricochete silencioso, recolheu-se ao oco fundo onde cresceu e ecoou na solidão do espaço, ou do tempo (...). A lembrança dos encontros com aquele homem provocava-lhe uma perturbação forte, algo de irracional. Uma sensação física de prazer misturada com dor suave que se centravam no baixo-ventre e a iam tomando num arrepio por todo o corpo. (...) Senhores enchapelados e coscuvilheiros tinham por costume juntarem-se na Farmácia ou na Barbearia para comentar as notícias que analisavam, ora com “ácidos e sais”, ora a “pente fino”, conforme o ponto de encontro. Ninguém escapava à maledicência. A notícia da menina rica e prendada era um prato delicioso para satisfazer as línguas ávidas de bom picante. Zurziam principalmente nas mulheres.»


«Este livro de estreia de Guadalupe Magalhães Portelinha chega-nos numa altura em que, para além do seu valor intrínseco, adquire um significado e uma importância particulares.

Quando o ovo da serpente parece estar de novo a querer eclodir num plasma de esquecimento segregado pela indiferença cultural e política numa sociedade desestruturada nas suas raízes humanistas pela triunfante democracia do mercado, esta bela história de três gerações de uma família atravessando o século vinte português, provoca-nos um arrepio de fortes emoções e repõe-nos na verdadeira história das raízes da democracia de que ainda gozamos, reconduz-nos à luta contra o fascismo marcada fundamentalmente pela generosa e heróica entrega e sacrifício de tantos militantes comunistas e anarquistas.

A aventura dessas vidas é-nos contada com uma grande força a par de uma enorme delicadeza, na sua luta e na intensidade dos seus amores. Amores tão intensos e profundos que se impõem como formas de um único grande amor, um amor descrito na imensidade do espírito e da carne, da entrega ao outro com a mesma pureza ética, estética e visceral com que aquelas personagens, umas mais reais que outras, se entregam à luta pela liberdade e confrontam a bestialidade e a barbaridade dos carrascos da PIDE e sua rede de percevejos, os bufos e delatores, a garantia da segurança do regime de Salazar e Caetano que tantos herdeiros nos legou de “cravo vermelho ao peito/[que]a todos fica bem”.

Guadalupe Magalhães Portelinha estrutura «Um Louva-a -Deus Num Campo de Girassóis» entre dois eixos narrativos: o amor e a resistência antifascista. Ou melhor dizendo o triunfo do amor e da resistência.

Que bom, exactamente nos dias de hoje podermos ler este livro.» Mário Tomé

Um Louva-a-Deus num campo de girassóis

€17

LT009476
2021
Guadalupe Portelinha
Editora Chiado
Idioma Português PT
Estado : Novo
Encadernação : Brochado
Disponib. - Indisponível

Mais detalhes
  • Ano
  • 2021
  • Código
  • LT009476
  • Detalhes físicos

  • Nº Páginas
  • 327
Descrição

«Quando, do alpendre, olhou a montanha que todos os dias se erguia à sua frente e todos os dias se renovava, percebeu como o grito quebrara o silêncio. Um grito que fez levantar os pássaros em revoada e bateu nas fragas com a estridência de um chicote silvando no ar. Depois, num ricochete silencioso, recolheu-se ao oco fundo onde cresceu e ecoou na solidão do espaço, ou do tempo (...). A lembrança dos encontros com aquele homem provocava-lhe uma perturbação forte, algo de irracional. Uma sensação física de prazer misturada com dor suave que se centravam no baixo-ventre e a iam tomando num arrepio por todo o corpo. (...) Senhores enchapelados e coscuvilheiros tinham por costume juntarem-se na Farmácia ou na Barbearia para comentar as notícias que analisavam, ora com “ácidos e sais”, ora a “pente fino”, conforme o ponto de encontro. Ninguém escapava à maledicência. A notícia da menina rica e prendada era um prato delicioso para satisfazer as línguas ávidas de bom picante. Zurziam principalmente nas mulheres.»


«Este livro de estreia de Guadalupe Magalhães Portelinha chega-nos numa altura em que, para além do seu valor intrínseco, adquire um significado e uma importância particulares.

Quando o ovo da serpente parece estar de novo a querer eclodir num plasma de esquecimento segregado pela indiferença cultural e política numa sociedade desestruturada nas suas raízes humanistas pela triunfante democracia do mercado, esta bela história de três gerações de uma família atravessando o século vinte português, provoca-nos um arrepio de fortes emoções e repõe-nos na verdadeira história das raízes da democracia de que ainda gozamos, reconduz-nos à luta contra o fascismo marcada fundamentalmente pela generosa e heróica entrega e sacrifício de tantos militantes comunistas e anarquistas.

A aventura dessas vidas é-nos contada com uma grande força a par de uma enorme delicadeza, na sua luta e na intensidade dos seus amores. Amores tão intensos e profundos que se impõem como formas de um único grande amor, um amor descrito na imensidade do espírito e da carne, da entrega ao outro com a mesma pureza ética, estética e visceral com que aquelas personagens, umas mais reais que outras, se entregam à luta pela liberdade e confrontam a bestialidade e a barbaridade dos carrascos da PIDE e sua rede de percevejos, os bufos e delatores, a garantia da segurança do regime de Salazar e Caetano que tantos herdeiros nos legou de “cravo vermelho ao peito/[que]a todos fica bem”.

Guadalupe Magalhães Portelinha estrutura «Um Louva-a -Deus Num Campo de Girassóis» entre dois eixos narrativos: o amor e a resistência antifascista. Ou melhor dizendo o triunfo do amor e da resistência.

Que bom, exactamente nos dias de hoje podermos ler este livro.» Mário Tomé