Com dedicatória do autor ao poeta seu conterrâneo Aguinaldo Fonseca
«Datados da segunda metade da década de 50, os Ensaios de Gabriel Mariano, agora reunidos em livro, tiveram como objectivo essencial o repúdio pela situação colonial então vivida em Cabo Verde. Duas espécies de temas ensaísticos coexistem nesta obra de Gabriel Mariano: Ensaios de índole sociológica sobre a formação da sociedade caboverdeana, os quais põem acento tónico na miscigenação das etnias e no papel do mulato como mestre da floração da cultura de Cabo Verde; e ensaios literários sobre os poetas caboverdeanos Jorge Barbosa, Eugénio Tavares e Osvaldo Alcântara, os chamados ‘poetas da inquietação’ (amorosa, marítima e social). O autor, que ao tempo frequentava a Faculdade de Direito de Lisboa, breve se deu conta de que escrever para publicar acarretava riscos quer para a liberdade física, quer para a liberdade moral. Daí, por consequência, a necessidade de circunlóquios, de eufemismos, etc… Entendeu Gabriel Mariano que não deveria ‘actualizar’ a linguagem dos ‘Ensaios’, pois assim eles valem como retrato de uma época em que se tinha de recorrer a meias palavras para denúncia da situação degradante então vivida em Cabo Verde, sua ‘pequena e querida pátria’.»
€16
Com dedicatória do autor ao poeta seu conterrâneo Aguinaldo Fonseca
«Datados da segunda metade da década de 50, os Ensaios de Gabriel Mariano, agora reunidos em livro, tiveram como objectivo essencial o repúdio pela situação colonial então vivida em Cabo Verde. Duas espécies de temas ensaísticos coexistem nesta obra de Gabriel Mariano: Ensaios de índole sociológica sobre a formação da sociedade caboverdeana, os quais põem acento tónico na miscigenação das etnias e no papel do mulato como mestre da floração da cultura de Cabo Verde; e ensaios literários sobre os poetas caboverdeanos Jorge Barbosa, Eugénio Tavares e Osvaldo Alcântara, os chamados ‘poetas da inquietação’ (amorosa, marítima e social). O autor, que ao tempo frequentava a Faculdade de Direito de Lisboa, breve se deu conta de que escrever para publicar acarretava riscos quer para a liberdade física, quer para a liberdade moral. Daí, por consequência, a necessidade de circunlóquios, de eufemismos, etc… Entendeu Gabriel Mariano que não deveria ‘actualizar’ a linguagem dos ‘Ensaios’, pois assim eles valem como retrato de uma época em que se tinha de recorrer a meias palavras para denúncia da situação degradante então vivida em Cabo Verde, sua ‘pequena e querida pátria’.»