Prefácio de Mário-Henrique Leiria
“O cego é a instituição. Livre, cristão e ocidental, claro. Funciona correctamente na OTAN como pesquisador de submarinos suspeitos e também tem a bengala branca organizada pela benesse da bondade que não deseja vê-lo cair enquanto serve. O cego tem a bengala bonita. Por agora. Benza-o deus, que a bondade é infinita. E há o cão. O cão leva o cego. Está na televisão. Aí todos vemos a bondade da bengala e do cão. O cego bate com a bengalinha no passeio. Tropeça levemente, olha para pró negro que é o sol, apalpa com o pezinho o passeio que lá está apesar de tudo, sacode-se e lá vai, arrastado pelo bom cão próprio para isso. É um belo cão, não tenhamos dúvidas. Cão grande de orelha atenta, magnífico, policial e alemão. Já o viram, ao lado dos vários outros cães policiais (nazis ou não) a correr e a comer, a matar distraidamente ceguinhos em campos de concentração? Pois é. É o magnífico cão cego… O cego e o cão. Porque não?…” do prefácio
Prefácio de Mário-Henrique Leiria
“O cego é a instituição. Livre, cristão e ocidental, claro. Funciona correctamente na OTAN como pesquisador de submarinos suspeitos e também tem a bengala branca organizada pela benesse da bondade que não deseja vê-lo cair enquanto serve. O cego tem a bengala bonita. Por agora. Benza-o deus, que a bondade é infinita. E há o cão. O cão leva o cego. Está na televisão. Aí todos vemos a bondade da bengala e do cão. O cego bate com a bengalinha no passeio. Tropeça levemente, olha para pró negro que é o sol, apalpa com o pezinho o passeio que lá está apesar de tudo, sacode-se e lá vai, arrastado pelo bom cão próprio para isso. É um belo cão, não tenhamos dúvidas. Cão grande de orelha atenta, magnífico, policial e alemão. Já o viram, ao lado dos vários outros cães policiais (nazis ou não) a correr e a comer, a matar distraidamente ceguinhos em campos de concentração? Pois é. É o magnífico cão cego… O cego e o cão. Porque não?…” do prefácio