Após séculos de coexistência com uma grande diversidade de línguas no seu espaço geográfico, o pensamento europeu volta a meditar na possibilidade de recuperação da língua original - procura de reparação da ferida simbolizada pelo episódio bíblico da "confusio linguarum", na arquetípica 'Torre de Babel'. Têm sido múltiplas as personalidades da cultura contemporânea a perseguir este sonho e, se bem que as suas utopias não se tenham realizado, não deixaram por isso de produzir um sem-número de "efeitos colaterais". Se hoje dispomos de linguagens universais que nos permitem classificar com rigor as mais diversas manifestações da vida, se inventámos linguagens para fazer falar as máquinas e chegamos mesmo ao ponto de tentar a tradução automática, somos em grande parte tributários desses tentativas de reencontrar uma língua adâmica. Aquilo que Umberto Eco nos propõe aqui empreender, segundo critérios de exemplaridade e coerência, é uma abordagem temática desses projectos de utopia.
Após séculos de coexistência com uma grande diversidade de línguas no seu espaço geográfico, o pensamento europeu volta a meditar na possibilidade de recuperação da língua original - procura de reparação da ferida simbolizada pelo episódio bíblico da "confusio linguarum", na arquetípica 'Torre de Babel'. Têm sido múltiplas as personalidades da cultura contemporânea a perseguir este sonho e, se bem que as suas utopias não se tenham realizado, não deixaram por isso de produzir um sem-número de "efeitos colaterais". Se hoje dispomos de linguagens universais que nos permitem classificar com rigor as mais diversas manifestações da vida, se inventámos linguagens para fazer falar as máquinas e chegamos mesmo ao ponto de tentar a tradução automática, somos em grande parte tributários desses tentativas de reencontrar uma língua adâmica. Aquilo que Umberto Eco nos propõe aqui empreender, segundo critérios de exemplaridade e coerência, é uma abordagem temática desses projectos de utopia.