«A filóloga galega Pilar Vázquez Cuesta, nascida em Chantada (Lugo), cresceu num meio familiar ligado ao direito e às ciências, e com tradições na intervenção cívica: o pai, Daniel Vázquez Campo, era jurista e foi deputado da II República espanhola; a mãe, Modesta Cuesta, foi a primeira licenciada em Medicina da Universidade de Santiago de Compostela (USC). Em 1931, Pilar Vázquez Cuesta passa a viver sobretudo em Madrid, onde se licenciou em 1946, pela Universidade Complutense (UCM). No mesmo ano, recebeu uma bolsa do Instituto para a Alta Cultura de Portugal, a qual lhe permitiu frequentar a Universidade de Coimbra e obter o Diploma de Língua Portuguesa; também na cidade de Coimbra, pôde contactar com o escritor Miguel Torga e o antropólogo Jorge Dias. Em 1948, tornou-se, em Espanha, a primeira professora de Língua e Cultura Portuguesa na Escola Central Superior de Comércio. Deu depois aulas na UCM e defendeu em 1961 a tese de doutoramento intitulada “El concepto de España y de los españoles en la literatura portuguesa de los siglo XIX y XX”, para se tornar em 1982, na Universidade de Salamanca, a primeira catedrática espanhola de Língua e Cultura Portuguesa. Em 1988, alcançou a cátedra de Filologia Galega e Filologia Portuguesa na USC, prosseguindo na atividade docente e aprofundando investigação na língua galega e nas relações históricas e culturais hispano-portuguesas. É autora de uma vasta obra que abrange as áreas da linguística, da filologia e dos estudos culturais, com livros que também foram traduzidos em português, donde se salientam A Espanha ante o "ultimatum" (Livros Horizonte, 1975), A Língua e a Cultura Portuguesas no tempo dos Filipes (Livros Europa-América, 1982) e a famosa Gramática da Língua Portuguesa (escrita com a portuguesa Maria Albertina Mendes da Luz, publicada em castelhano em 1949 (Editorial Gredos), ampliada em edições posteriores e traduzida para português pelas Edições 70, em 1971. Para quem se interesse pela língua da Galiza, fica o registo de dois títulos desta autora, tão afeiçoada ao galego e ao português: o número 137/138 da revista Colóquio Letras (Fundação Calouste Gulbenkian, 1995), todo ele coordenado por Pilar Vázquez Cuesta e dedicado à literatura em galego; e um opúsculo dirigido ao público de Portugal, O que um falante de Português deve saber acerca do Galego (Edições Colibri, 2002).» in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
«A filóloga galega Pilar Vázquez Cuesta, nascida em Chantada (Lugo), cresceu num meio familiar ligado ao direito e às ciências, e com tradições na intervenção cívica: o pai, Daniel Vázquez Campo, era jurista e foi deputado da II República espanhola; a mãe, Modesta Cuesta, foi a primeira licenciada em Medicina da Universidade de Santiago de Compostela (USC). Em 1931, Pilar Vázquez Cuesta passa a viver sobretudo em Madrid, onde se licenciou em 1946, pela Universidade Complutense (UCM). No mesmo ano, recebeu uma bolsa do Instituto para a Alta Cultura de Portugal, a qual lhe permitiu frequentar a Universidade de Coimbra e obter o Diploma de Língua Portuguesa; também na cidade de Coimbra, pôde contactar com o escritor Miguel Torga e o antropólogo Jorge Dias. Em 1948, tornou-se, em Espanha, a primeira professora de Língua e Cultura Portuguesa na Escola Central Superior de Comércio. Deu depois aulas na UCM e defendeu em 1961 a tese de doutoramento intitulada “El concepto de España y de los españoles en la literatura portuguesa de los siglo XIX y XX”, para se tornar em 1982, na Universidade de Salamanca, a primeira catedrática espanhola de Língua e Cultura Portuguesa. Em 1988, alcançou a cátedra de Filologia Galega e Filologia Portuguesa na USC, prosseguindo na atividade docente e aprofundando investigação na língua galega e nas relações históricas e culturais hispano-portuguesas. É autora de uma vasta obra que abrange as áreas da linguística, da filologia e dos estudos culturais, com livros que também foram traduzidos em português, donde se salientam A Espanha ante o "ultimatum" (Livros Horizonte, 1975), A Língua e a Cultura Portuguesas no tempo dos Filipes (Livros Europa-América, 1982) e a famosa Gramática da Língua Portuguesa (escrita com a portuguesa Maria Albertina Mendes da Luz, publicada em castelhano em 1949 (Editorial Gredos), ampliada em edições posteriores e traduzida para português pelas Edições 70, em 1971. Para quem se interesse pela língua da Galiza, fica o registo de dois títulos desta autora, tão afeiçoada ao galego e ao português: o número 137/138 da revista Colóquio Letras (Fundação Calouste Gulbenkian, 1995), todo ele coordenado por Pilar Vázquez Cuesta e dedicado à literatura em galego; e um opúsculo dirigido ao público de Portugal, O que um falante de Português deve saber acerca do Galego (Edições Colibri, 2002).» in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa