Há quem ponha em causa a validade da história da literatura ou, o que tanto faz, a reduza a uma arrumação quanto possível cronológica de estilos, autores e obras, a uma iniciação em certos dados, necessários ao entendimento das obras, mas que nada teriam a ver com o seu valor intrínseco. O objecto básico do nosso estudo é constituído pelas obras literariamente mais qualificadas de língua e autoria originariamente portuguesas, segundo uma perspectiva de desenvolvimento geral das estruturas formais e da matéria humana socialmente comunicável que lhes corresponde. Para designar as fases de estruturação e desagregação de uma escola ou estilo epocal, que evidentemente só poderá ter-se consumado de um modo permanentemente válido em obras individualizadas, usaremos por vezes, e como é costume, um nome evocativo do seu contexto histórico geral: Fim da Idade Média, Época Contemporânea, por exemplo. No entanto, o critério de periodização é intrinsecamente literário, pelo que tentaremos, quanto possível, distinguir as afinidades características de cada geração ou conjunto de autores que tal critério permita, de algum modo, isolar. A atenção predominante que entendemos dar às obras ou autores capitais atenuou muito neste livro a preocupação (tradicional nos manuais de história da nossa literatura) de indicar os limites cronológicos de cada época ou escola, o que sublinhava os momentos de incipiência e de decadência de cada estilo, em vez de sobretudo o ver em sua maturidade.
Há quem ponha em causa a validade da história da literatura ou, o que tanto faz, a reduza a uma arrumação quanto possível cronológica de estilos, autores e obras, a uma iniciação em certos dados, necessários ao entendimento das obras, mas que nada teriam a ver com o seu valor intrínseco. O objecto básico do nosso estudo é constituído pelas obras literariamente mais qualificadas de língua e autoria originariamente portuguesas, segundo uma perspectiva de desenvolvimento geral das estruturas formais e da matéria humana socialmente comunicável que lhes corresponde. Para designar as fases de estruturação e desagregação de uma escola ou estilo epocal, que evidentemente só poderá ter-se consumado de um modo permanentemente válido em obras individualizadas, usaremos por vezes, e como é costume, um nome evocativo do seu contexto histórico geral: Fim da Idade Média, Época Contemporânea, por exemplo. No entanto, o critério de periodização é intrinsecamente literário, pelo que tentaremos, quanto possível, distinguir as afinidades características de cada geração ou conjunto de autores que tal critério permita, de algum modo, isolar. A atenção predominante que entendemos dar às obras ou autores capitais atenuou muito neste livro a preocupação (tradicional nos manuais de história da nossa literatura) de indicar os limites cronológicos de cada época ou escola, o que sublinhava os momentos de incipiência e de decadência de cada estilo, em vez de sobretudo o ver em sua maturidade.