Tensões e deslocamentos na poesia portuguesa depois de 1961
Os anos 60 representam para a poesia portuguesa um momento de consolidação retrospectiva das poéticas do modernismo e das vanguardas (até em termos de discurso crítico), às quais regressam, fixando definitivamente um cânone revisitável e susceptível de reelaboração. Nesse movimento, destaca-se a predominância de uma poética que faz coincidir a poesia com o poema, em contraponto à perspectiva romântica, que, no poema, vira a cristalização de uma experiência da poesia que situara na vida, como epifania. Sensivelmente a partir de meados da década de 70, a poesia portuguesa, tal como a francesa ou a espanhola, e já antes a poesia inglesa, irá evoluir num sentido diferente. Relativamente à revalorização da textualidade poética enfatizada pelos poetas de 60, a demarcação dos poetas emergentes neste período é por vezes fortemente reactiva. Mas haverá uma diferença essencial entre estas duas inflexões, corporizadas em poéticas aparentemente tão distintas? E haverá algum momento, na segunda metade do século XX, em que efectivamente se corporize uma poética de ruptura?
Tensões e deslocamentos na poesia portuguesa depois de 1961
Os anos 60 representam para a poesia portuguesa um momento de consolidação retrospectiva das poéticas do modernismo e das vanguardas (até em termos de discurso crítico), às quais regressam, fixando definitivamente um cânone revisitável e susceptível de reelaboração. Nesse movimento, destaca-se a predominância de uma poética que faz coincidir a poesia com o poema, em contraponto à perspectiva romântica, que, no poema, vira a cristalização de uma experiência da poesia que situara na vida, como epifania. Sensivelmente a partir de meados da década de 70, a poesia portuguesa, tal como a francesa ou a espanhola, e já antes a poesia inglesa, irá evoluir num sentido diferente. Relativamente à revalorização da textualidade poética enfatizada pelos poetas de 60, a demarcação dos poetas emergentes neste período é por vezes fortemente reactiva. Mas haverá uma diferença essencial entre estas duas inflexões, corporizadas em poéticas aparentemente tão distintas? E haverá algum momento, na segunda metade do século XX, em que efectivamente se corporize uma poética de ruptura?