Coordenação de Adauto Novaes
A cultura contemporânea é uma cultura da imagem, cujo predomínio sobre a palavra, oral ou escrita, é demonstrado de maneira exemplar pela presença da publicidade e da televisão na vida cotidiana. Ora, o imaginário é o registro psíquico do corpo, onde se fundam a um só tempo o narcisismo e as ilusões de identidade individual, fortalezas onde se ancora o ser (cujo fundamento é certamente imaginário) do homem moderno. A cultura do narcisismo é, a um só tempo, condição e sintoma do fato de vivermos em sociedades em que as bases do laço social são construídas pela via do imaginário. Ora, o individualismo narcisista afirma-se continuamente a partir da exclusão do outro. O paradigma desta relação pode-se resumir na frase: ou ele, ou eu (e não, por exemplo, ele e eu). Ora, o esquecimento da dimensão coletiva de nossa existência é justamente a condição de nossa alienação em relação às demandas dos discursos do Outro, que se tornam imperativos rigorosos do superego veiculados, por estranho que possa parecer, antes de mais nada pela publicidade. Imperativo de gozo, alienação, narcisismo: estão dados os fundamentos que fazem da cultura contemporânea uma cultura violenta.
Coordenação de Adauto Novaes
A cultura contemporânea é uma cultura da imagem, cujo predomínio sobre a palavra, oral ou escrita, é demonstrado de maneira exemplar pela presença da publicidade e da televisão na vida cotidiana. Ora, o imaginário é o registro psíquico do corpo, onde se fundam a um só tempo o narcisismo e as ilusões de identidade individual, fortalezas onde se ancora o ser (cujo fundamento é certamente imaginário) do homem moderno. A cultura do narcisismo é, a um só tempo, condição e sintoma do fato de vivermos em sociedades em que as bases do laço social são construídas pela via do imaginário. Ora, o individualismo narcisista afirma-se continuamente a partir da exclusão do outro. O paradigma desta relação pode-se resumir na frase: ou ele, ou eu (e não, por exemplo, ele e eu). Ora, o esquecimento da dimensão coletiva de nossa existência é justamente a condição de nossa alienação em relação às demandas dos discursos do Outro, que se tornam imperativos rigorosos do superego veiculados, por estranho que possa parecer, antes de mais nada pela publicidade. Imperativo de gozo, alienação, narcisismo: estão dados os fundamentos que fazem da cultura contemporânea uma cultura violenta.