Por que não sou cristão é considerado um dos mais blasfemos documentos filosóficos jamais escritos. Se a religião fornece respostas às perguntas que sempre atormentaram a humanidade – por que estamos aqui, qual a razão da vida, como devemos nos comportar –, Russell dissipa esse conforto, deixando-nos com alternativas mais perturbadoras: responsabilidade, autonomia e consciência do que fazemos. Normalmente citado junto ao Cândido de Voltaire, à Idade da Razão, de Thomas Paine, A ultima tentação de Cristo, de Martin Scorsese, e A vida de Brian, do Monty Python, Por que não sou cristão, apesar do tom bem-humorado, coloca ao leitor questões que nunca mais poderão ser ignoradas. Tem-se afirmado que apenas o fanatismo pode dar eficiência a um grupo social. Considero este ponto de vista absolutamente contrário nos ensinamentos da Históira. De qualquer modo só os que se rojam como escravos perante o êxito poderão tomar a eficiência como admirável, sem que se considere a finalidade pretendida. Por mim, penso que é preferível fazer algum bem do que muitos males. O mundo que eu desejaria contemplar seria um mundo libertado da brutalidade dos grupos hostis e capaz de compreender que a felicidade de todos resultará mais da cooperação do que dos conflitos. Desejaria contemplar um mundo no qual a educação visasse libertar o espírito da juventude e não aprisioná-lo numa armadura de dogmas destinada a protegê-la, ao longo da sua existência, das flechas das provas objectivas. O mundo tem necessidade de corações abertos, de espíritos francos, e não é por intermédio de sistemas rígidos, antigos ou novos que se poderão obter.
Por que não sou cristão é considerado um dos mais blasfemos documentos filosóficos jamais escritos. Se a religião fornece respostas às perguntas que sempre atormentaram a humanidade – por que estamos aqui, qual a razão da vida, como devemos nos comportar –, Russell dissipa esse conforto, deixando-nos com alternativas mais perturbadoras: responsabilidade, autonomia e consciência do que fazemos. Normalmente citado junto ao Cândido de Voltaire, à Idade da Razão, de Thomas Paine, A ultima tentação de Cristo, de Martin Scorsese, e A vida de Brian, do Monty Python, Por que não sou cristão, apesar do tom bem-humorado, coloca ao leitor questões que nunca mais poderão ser ignoradas. Tem-se afirmado que apenas o fanatismo pode dar eficiência a um grupo social. Considero este ponto de vista absolutamente contrário nos ensinamentos da Históira. De qualquer modo só os que se rojam como escravos perante o êxito poderão tomar a eficiência como admirável, sem que se considere a finalidade pretendida. Por mim, penso que é preferível fazer algum bem do que muitos males. O mundo que eu desejaria contemplar seria um mundo libertado da brutalidade dos grupos hostis e capaz de compreender que a felicidade de todos resultará mais da cooperação do que dos conflitos. Desejaria contemplar um mundo no qual a educação visasse libertar o espírito da juventude e não aprisioná-lo numa armadura de dogmas destinada a protegê-la, ao longo da sua existência, das flechas das provas objectivas. O mundo tem necessidade de corações abertos, de espíritos francos, e não é por intermédio de sistemas rígidos, antigos ou novos que se poderão obter.