Primeira edição
«Fiquei impressionado, nesse primeiro encontro, com a personalidade de Oliveira Marques, com a sua segurança e firmeza de convicções. Sabia o que queria. Mas quando lhe propus que trabalhasse connosco no nosso grupo, à luz do dia, disputando a legalidade palmo a palmo com regime policial que nos governava, respondeu-me logo que isso não o interessava, por considerar a nossa luta inglória, dada a natureza do regime. E acrescentou: o que gostava era de poder ingressar na Maçonaria Portuguesa, que sabia estar, desde 1934, na mais absoluta clandestinidade. Fiquei, confesso, um pouco surpreendido. Porque nesse tempo a Maçonaria não impressionava muito a juventude e era considerada, pelo menos nos meios intelectuais que eu frequentava, como uma velharia. No entanto, eu conhecia e era amigo do Professor Dias Amado – cuja filha fora minha colega na Faculdade de Letras – que sabia ser então grão-mestre da Maçonaria. Ofereci-me para o sondar – apesar de eu não ser mação – o que fiz, pondo-os em contacto através de uma carta, para Dias Amado, que entreguei ao Oliveira Marques, como uma espécie de senha. Algum tempo depois vim a saber que tinha sido iniciado na Maçonaria.» Mário Soares, in http://www.bnportugal.gov.pt/
Primeira edição
«Fiquei impressionado, nesse primeiro encontro, com a personalidade de Oliveira Marques, com a sua segurança e firmeza de convicções. Sabia o que queria. Mas quando lhe propus que trabalhasse connosco no nosso grupo, à luz do dia, disputando a legalidade palmo a palmo com regime policial que nos governava, respondeu-me logo que isso não o interessava, por considerar a nossa luta inglória, dada a natureza do regime. E acrescentou: o que gostava era de poder ingressar na Maçonaria Portuguesa, que sabia estar, desde 1934, na mais absoluta clandestinidade. Fiquei, confesso, um pouco surpreendido. Porque nesse tempo a Maçonaria não impressionava muito a juventude e era considerada, pelo menos nos meios intelectuais que eu frequentava, como uma velharia. No entanto, eu conhecia e era amigo do Professor Dias Amado – cuja filha fora minha colega na Faculdade de Letras – que sabia ser então grão-mestre da Maçonaria. Ofereci-me para o sondar – apesar de eu não ser mação – o que fiz, pondo-os em contacto através de uma carta, para Dias Amado, que entreguei ao Oliveira Marques, como uma espécie de senha. Algum tempo depois vim a saber que tinha sido iniciado na Maçonaria.» Mário Soares, in http://www.bnportugal.gov.pt/