Entre os séculos XV e XVII, os processos de bruxaria conduzem à fogueira sobretudo mulheres, que representam oitenta por cento das condenações. Os tratados de demonologia, escritos por teólogos, inquisidores ou magistrados a partir de confissões obtidas sob tortura, descrevem as práticas a que as bruxas se entregam, desde a cópula com Satanás para obterem os seus poderes maléficos, ao roubo de crianças recém-nascidas a fim de serem comidas ou transformadas em unguentos... Porém, para a autora, a feminilidade e o perigo que ela representa foram o verdadeiro móbil desta perseguição. Um fenómeno mais político do que religioso, que levou à construção no masculino do Estado Moderno, e que desapareceria apenas quando as bruxas deixaram de ser necessárias, ou seja, quando as mulheres foram colocadas sob "tutela", o que as tornava menos perigosas.
Entre os séculos XV e XVII, os processos de bruxaria conduzem à fogueira sobretudo mulheres, que representam oitenta por cento das condenações. Os tratados de demonologia, escritos por teólogos, inquisidores ou magistrados a partir de confissões obtidas sob tortura, descrevem as práticas a que as bruxas se entregam, desde a cópula com Satanás para obterem os seus poderes maléficos, ao roubo de crianças recém-nascidas a fim de serem comidas ou transformadas em unguentos... Porém, para a autora, a feminilidade e o perigo que ela representa foram o verdadeiro móbil desta perseguição. Um fenómeno mais político do que religioso, que levou à construção no masculino do Estado Moderno, e que desapareceria apenas quando as bruxas deixaram de ser necessárias, ou seja, quando as mulheres foram colocadas sob "tutela", o que as tornava menos perigosas.