«Meus Senhores: A decadência dos povos da Península nos três últimos séculos é um dos factos mais incontestáveis, mais evidentes da nossa história: pode até dizer-se que essa decadência, seguindo-se quase sem transição a um período de força gloriosa e de rica originalidade, é o único grande facto evidente e incontestável que nessa história aparece aos olhos do historiador filósofo. Como peninsular, sinto profundamente ter de afirmar, numa assembleia de peninsulares, esta desalentadora evidência. Mas, se não reconhecermos e confessarmos francamente os nossos erros passados, como poderemos aspirar a uma emenda sincera e definitiva? O pecador humilha-se diante do seu Deus, num sentido acto de contrição, e só assim é perdoado. Façamos nós também, diante do espírito de verdade, o acto de contrição pelos nossos pecados históricos, porque só assim nos poderemos emendar e regenerar.», Antero de Quental
Um dos mais emblemáticos pensadores do século XIX português, Antero de Quental nasceu de uma família fidalga na ilha de S. Miguel, nos Açores. Em Coimbra estudou Direito e aí se tornou destacada figura de uma notável geração de intelectuais, tendo ombreado, entre outros, com Eça de Queirós, Ramalho Ortigão e Oliveira Martins. Autor de uma obra muito diversificada, constituiu-se marco incontornável na literatura portuguesa.
«Meus Senhores: A decadência dos povos da Península nos três últimos séculos é um dos factos mais incontestáveis, mais evidentes da nossa história: pode até dizer-se que essa decadência, seguindo-se quase sem transição a um período de força gloriosa e de rica originalidade, é o único grande facto evidente e incontestável que nessa história aparece aos olhos do historiador filósofo. Como peninsular, sinto profundamente ter de afirmar, numa assembleia de peninsulares, esta desalentadora evidência. Mas, se não reconhecermos e confessarmos francamente os nossos erros passados, como poderemos aspirar a uma emenda sincera e definitiva? O pecador humilha-se diante do seu Deus, num sentido acto de contrição, e só assim é perdoado. Façamos nós também, diante do espírito de verdade, o acto de contrição pelos nossos pecados históricos, porque só assim nos poderemos emendar e regenerar.», Antero de Quental
Um dos mais emblemáticos pensadores do século XIX português, Antero de Quental nasceu de uma família fidalga na ilha de S. Miguel, nos Açores. Em Coimbra estudou Direito e aí se tornou destacada figura de uma notável geração de intelectuais, tendo ombreado, entre outros, com Eça de Queirós, Ramalho Ortigão e Oliveira Martins. Autor de uma obra muito diversificada, constituiu-se marco incontornável na literatura portuguesa.