A grande maioria, se não mesmo a totalidade dos historiadores joaninos, entendeu a vida e acção de D. João II desligadas da época em que viveu. Ao contrário, Manuela Mendonça descobre a marca do tempo no agir do Príncipe Perfeito (1455-1495). É a pessoa concreta, como agente histórico, actuando na estrutura que a historiadora reconstituiu, que dá vida a uma estratégia política. Depois da apresentação deste trabalho, não é mais possível aceitar como suficientes as estruturas sociais, militares, económicas, administrativas e políticas; nelas é imprescindível inserir a acção humana que permite, decisivamente, identificar a presença do rei-pessoa nas exigências do rei-poder e do rei-estado, possibilitando então a descoberta dum novo tempo a aurora da modernidade em que se torna visível a mudança dum «rei de espectáculo e de parada», numa evolução de convicções tanto do «actor-rei» como de «espectadores-súbditos».
A grande maioria, se não mesmo a totalidade dos historiadores joaninos, entendeu a vida e acção de D. João II desligadas da época em que viveu. Ao contrário, Manuela Mendonça descobre a marca do tempo no agir do Príncipe Perfeito (1455-1495). É a pessoa concreta, como agente histórico, actuando na estrutura que a historiadora reconstituiu, que dá vida a uma estratégia política. Depois da apresentação deste trabalho, não é mais possível aceitar como suficientes as estruturas sociais, militares, económicas, administrativas e políticas; nelas é imprescindível inserir a acção humana que permite, decisivamente, identificar a presença do rei-pessoa nas exigências do rei-poder e do rei-estado, possibilitando então a descoberta dum novo tempo a aurora da modernidade em que se torna visível a mudança dum «rei de espectáculo e de parada», numa evolução de convicções tanto do «actor-rei» como de «espectadores-súbditos».