D. Manuel I (1469-1521) foi o único rei que subiu ao trono sem ser nem descendente nem irmão do antecessor, e beneficiou da morte de um primo e de cinco irmãos para alcançar o ceptro. Viu os seus navegadores rasgarem horizontes e tornou-se, assim, senhor de um império marítimo que abarcava dois oceanos e quatro continentes, mas continuou a sonhar com a cruzada à Terra Santa. Neutral face às guerras europeias, foi uma figura importante no nascimento da Espanha. A sua corte ostentava o luxo próprio de um príncipe do Renascimento, a que juntava o exotismo de quem chegara mais longe que Romanos e Gregos. O seu destino singular fê-lo crer que Deus o escolhera para iniciar uma nova era. Em 1521, parecia que, finalmente, o rei Manuel poderia liderar a Cristandade contra o Crescente, mas a peste passou por Lisboa… Nascera em 1469, quando a Europa só espreitava o Oceano por via dos Portugueses; morreu em 1521, num novo mundo em que a humanidade ganhava consciência da sua pluralidade. Deixou seis filhos varões legítimos – a continuidade da dinastia de Avis parecia assegurada por muito tempo.
D. Manuel I (1469-1521) foi o único rei que subiu ao trono sem ser nem descendente nem irmão do antecessor, e beneficiou da morte de um primo e de cinco irmãos para alcançar o ceptro. Viu os seus navegadores rasgarem horizontes e tornou-se, assim, senhor de um império marítimo que abarcava dois oceanos e quatro continentes, mas continuou a sonhar com a cruzada à Terra Santa. Neutral face às guerras europeias, foi uma figura importante no nascimento da Espanha. A sua corte ostentava o luxo próprio de um príncipe do Renascimento, a que juntava o exotismo de quem chegara mais longe que Romanos e Gregos. O seu destino singular fê-lo crer que Deus o escolhera para iniciar uma nova era. Em 1521, parecia que, finalmente, o rei Manuel poderia liderar a Cristandade contra o Crescente, mas a peste passou por Lisboa… Nascera em 1469, quando a Europa só espreitava o Oceano por via dos Portugueses; morreu em 1521, num novo mundo em que a humanidade ganhava consciência da sua pluralidade. Deixou seis filhos varões legítimos – a continuidade da dinastia de Avis parecia assegurada por muito tempo.