«A presença colonial portuguesa em Moçambique, até ao final do século XIX, baseava-se, essencialmente, no tráfego de escravos, na pilhagem e comércio, em termos de trocas desiguais, dos produtos e riquezas naturais do nosso País. Após a Conferência de Berlim, em 1885, Portugal vê-se forçado, para manter o seu domínio sobre as colónias, a promover uma "ocupação efectiva". O atraso social e económico de Portugal, a sua forte dependência em relação ao capitalismo britânico, força-o a conceder vastas parcelas do nosso País a companhias europeias. Dessa forma, dois terços do território moçambicano foram entregues a grupos monopolistas alemães, ingleses e franceses: Companhia de Niassa, Companhia de Moçambique, Companhia da Zambézia, Companhia do Boror, Sociedade do Madal e Sena Sugar Estates. Estas companhias exploravam as nossas riquezas e, as três primeiras, exerceram mesmo uma soberania efectiva nas suas áreas de concessão.»
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«A presença colonial portuguesa em Moçambique, até ao final do século XIX, baseava-se, essencialmente, no tráfego de escravos, na pilhagem e comércio, em termos de trocas desiguais, dos produtos e riquezas naturais do nosso País. Após a Conferência de Berlim, em 1885, Portugal vê-se forçado, para manter o seu domínio sobre as colónias, a promover uma "ocupação efectiva". O atraso social e económico de Portugal, a sua forte dependência em relação ao capitalismo britânico, força-o a conceder vastas parcelas do nosso País a companhias europeias. Dessa forma, dois terços do território moçambicano foram entregues a grupos monopolistas alemães, ingleses e franceses: Companhia de Niassa, Companhia de Moçambique, Companhia da Zambézia, Companhia do Boror, Sociedade do Madal e Sena Sugar Estates. Estas companhias exploravam as nossas riquezas e, as três primeiras, exerceram mesmo uma soberania efectiva nas suas áreas de concessão.»