«Cabral era filho de cabo-verdianos e passou a infância em São Vicente, Cabo Verde. Por causa do elevado desempenho escolar, aos 21 anos, foi contemplado com uma bolsa de estudos para cursar Engenharia Agrónoma no Instituto Superior de Agronomia - ISA, em Lisboa. Nesse período, frequentou a Casa dos Estudantes do Império e a Casa da África, ambientes onde desenvolveu atividades artísticas focalizando a identidade negra, designadas por ele como "reafricanização dos espíritos". Concorrente a essas atividades, conheceu alguns estudantes que expressavam a preocupação com a colonização europeia em África e a urgência da manutenção dos valores africanos, desse ponto, diversos encontros envolvendo debates políticos tornaram-se uma constante; Cabral, Agostinho Neto, Mário de Andrade, Marcelino dos Santos e Francisco José Tenreiro fundaram clandestinamente o Centro de Estudos Africanos, contudo a PIDE o fechou em 1951. Naquela época, a situação dos países de colonização portuguesa era demasiadamente complexa, pois Portugal estava sob a truculência de Salazar - considerado o ditador mais violento da história do país e totalmente contrário à descolonização. Em 1952, Cabral, concluiu o curso de agronomia e retornou para Guiné-Bissau, passando a assumir o cargo de diretor do Posto Agrícola Experimental de Pessubé, ocasião em que ficou responsável pela realização do primeiro recenseamento agrícola do país. Essa oportunidade lhe permitiu conhecer de perto a realidade da população guineense.» Ricardo Corrêa, in Esquerda.net
«Cabral era filho de cabo-verdianos e passou a infância em São Vicente, Cabo Verde. Por causa do elevado desempenho escolar, aos 21 anos, foi contemplado com uma bolsa de estudos para cursar Engenharia Agrónoma no Instituto Superior de Agronomia - ISA, em Lisboa. Nesse período, frequentou a Casa dos Estudantes do Império e a Casa da África, ambientes onde desenvolveu atividades artísticas focalizando a identidade negra, designadas por ele como "reafricanização dos espíritos". Concorrente a essas atividades, conheceu alguns estudantes que expressavam a preocupação com a colonização europeia em África e a urgência da manutenção dos valores africanos, desse ponto, diversos encontros envolvendo debates políticos tornaram-se uma constante; Cabral, Agostinho Neto, Mário de Andrade, Marcelino dos Santos e Francisco José Tenreiro fundaram clandestinamente o Centro de Estudos Africanos, contudo a PIDE o fechou em 1951. Naquela época, a situação dos países de colonização portuguesa era demasiadamente complexa, pois Portugal estava sob a truculência de Salazar - considerado o ditador mais violento da história do país e totalmente contrário à descolonização. Em 1952, Cabral, concluiu o curso de agronomia e retornou para Guiné-Bissau, passando a assumir o cargo de diretor do Posto Agrícola Experimental de Pessubé, ocasião em que ficou responsável pela realização do primeiro recenseamento agrícola do país. Essa oportunidade lhe permitiu conhecer de perto a realidade da população guineense.» Ricardo Corrêa, in Esquerda.net