Representações do fantástico e dos medos marinhos no final da Idade Média
No final da Idade Média, o homem do mar português é alguém experimentado; podemos mesmo afirmar que, à época, é um dos mais experimentados de toda a Europa. Por outro lado, tem ao seu alcance técnicas de navegação, embarcações e instrumentos náuticos cada vez mais desenvolvidos e aperfeiçoados. Isto para além de todo um saber que aumenta e se consolida a cada viagem, e do qual o conhecimento profundo das rotas, das correntes e dos ventos são exemplos paradigmáticos. No entanto, nos derradeiros momentos (e não só), os antigos medos voltam à superfície, ainda que cada vez mais filtrados e transfigurados por toda uma nova experiência e uma nova forma de conceber o mundo. O presente livro aborda, pois, a face obscura dos Descobrimentos, a face do abstracto, do não mensurável, do subjectivo, em última análise daquilo que cientificamente se considera o erro e que tem por base a menos heróica das paixões humanas: o medo. Tal propósito implica mergulhar no domínio do sonho, do imaginário, da fantasia, do maravilhoso, da forma, enfim, como o navegante do final da Idade Média e inícios da Idade Moderna encarava o desconhecido e se relacionava com ele.
Representações do fantástico e dos medos marinhos no final da Idade Média
No final da Idade Média, o homem do mar português é alguém experimentado; podemos mesmo afirmar que, à época, é um dos mais experimentados de toda a Europa. Por outro lado, tem ao seu alcance técnicas de navegação, embarcações e instrumentos náuticos cada vez mais desenvolvidos e aperfeiçoados. Isto para além de todo um saber que aumenta e se consolida a cada viagem, e do qual o conhecimento profundo das rotas, das correntes e dos ventos são exemplos paradigmáticos. No entanto, nos derradeiros momentos (e não só), os antigos medos voltam à superfície, ainda que cada vez mais filtrados e transfigurados por toda uma nova experiência e uma nova forma de conceber o mundo. O presente livro aborda, pois, a face obscura dos Descobrimentos, a face do abstracto, do não mensurável, do subjectivo, em última análise daquilo que cientificamente se considera o erro e que tem por base a menos heróica das paixões humanas: o medo. Tal propósito implica mergulhar no domínio do sonho, do imaginário, da fantasia, do maravilhoso, da forma, enfim, como o navegante do final da Idade Média e inícios da Idade Moderna encarava o desconhecido e se relacionava com ele.