«O Padre Manuel Antunes (1918-1985) foi um mestre excepcional que marcou para toda a vida milhares de estudantes que, ao longo de mais de um quarto de século, passaram pela Faculdade de Letras de Lisboa. A sua memória continua viva e a iluminar o caminho de quantos o conheceram, ouviram e leram. Nos tempos difíceis que a sociedade atravessa, parece de elementar bom senso o regresso ao silêncio criador em que se possam escutar palavras de sabedoria que nos ajudem a redescobrir os valores fundamentais e a "Repensar Portugal". Neste contexto, a actualidade de Manuel Antunes, em vez de nos fixar no passado irremediavelmente desaparecido, deve reconfortar a nossa vontade de futuro, apetrechando-a com o sentido das coisas essenciais, tão facilmente corroído pelo acessório e pela sedução do superficial. De entre os créditos associados à memória do mestre notável, contam-se o perfil de humanista, a escuta atenta dos sinais dos tempos, a disponibilidade para ouvir o outro e compreender as diferenças, a procura do essencial na floresta do efémero, o espírito de tolerância, a opção pelo que aproxima e une em vez do que pode afastar e dividir, o gosto do universal cultivado no conhecimento do singular, a arte da síntese que não despreza a paciência da análise nem o enraizamento concreto, a consciência de cidadania vivida com responsabilidade e vigilância. Estes são alguns dos muitos traços que fazem do percurso intelectual e cívico de Manuel Antunes uma referência de cultura, que a sociedade portuguesa não pode perder de vista se quiser manter a sua identidade e vencer a batalha do futuro.» Por José Eduardo Franco
«O Padre Manuel Antunes (1918-1985) foi um mestre excepcional que marcou para toda a vida milhares de estudantes que, ao longo de mais de um quarto de século, passaram pela Faculdade de Letras de Lisboa. A sua memória continua viva e a iluminar o caminho de quantos o conheceram, ouviram e leram. Nos tempos difíceis que a sociedade atravessa, parece de elementar bom senso o regresso ao silêncio criador em que se possam escutar palavras de sabedoria que nos ajudem a redescobrir os valores fundamentais e a "Repensar Portugal". Neste contexto, a actualidade de Manuel Antunes, em vez de nos fixar no passado irremediavelmente desaparecido, deve reconfortar a nossa vontade de futuro, apetrechando-a com o sentido das coisas essenciais, tão facilmente corroído pelo acessório e pela sedução do superficial. De entre os créditos associados à memória do mestre notável, contam-se o perfil de humanista, a escuta atenta dos sinais dos tempos, a disponibilidade para ouvir o outro e compreender as diferenças, a procura do essencial na floresta do efémero, o espírito de tolerância, a opção pelo que aproxima e une em vez do que pode afastar e dividir, o gosto do universal cultivado no conhecimento do singular, a arte da síntese que não despreza a paciência da análise nem o enraizamento concreto, a consciência de cidadania vivida com responsabilidade e vigilância. Estes são alguns dos muitos traços que fazem do percurso intelectual e cívico de Manuel Antunes uma referência de cultura, que a sociedade portuguesa não pode perder de vista se quiser manter a sua identidade e vencer a batalha do futuro.» Por José Eduardo Franco