A história da penosa trajectória política de um missionário, cujo empenho e dedicação à causa da libertação do seu povo foram negados pela memória colectiva da história recente do seu país, Moçambique.
«Biografia de um dos fundadores da Frelimo, Uria Simango, e nele o autor procura demonstrar, com base em dados até agora desconhecidos do grande público, que o seu biografado, oficialmente considerado um "traidor" cujo paradeiro se desconhece, foi, de facto, assassinado pela facção vitoriosa da Frelimo. Não tenho conhecimentos que me permitam avaliar a veracidade do que é relatado no livro e aos que o têm não facilitará a tarefa o facto de muitas das fontes de informação do autor serem anónimas. Por outro lado, suspeito que, numa luta ideológica com a violência com que se terá travado, é pouco crível que um dos contendores seja uma vítima sem mácula. Nada disto, porém, põe em causa o verdadeiro mérito do livro: questionar com alguma fundamentação, a história oficial da Frelimo e, portanto, a história contemporânea oficial de Moçambique. A credibilidade do argumento do livro reconhece-se facilmente no Maputo, conversando com pessoas, hoje afastadas da política, que contactaram de perto com algumas das personagens referidas ou participaram de alguns dos acontecimentos narrados. Em suma, o livro "cheira" a verdade. Traz à memória outros desaparecimentos suspeitos de outros fundadores da Frelimo, como por exemplo Lourenço Mutaca, assassinado na Etiópia na década de 80, e Shafurdin Khan, na Zâmbia na década de 90. E faz sobretudo pensar nas mortes não totalmente esclarecidas do primeiro presidente da Frelimo, Eduardo Mondlane, e do primeiro presidente do país, Samora Machel, para não falar dos casos mais recentes da morte do jornalista Carlos Cardoso e do economista Siba-Siba Macuacua.» in saladeimprensa.ces.uc.pt
A história da penosa trajectória política de um missionário, cujo empenho e dedicação à causa da libertação do seu povo foram negados pela memória colectiva da história recente do seu país, Moçambique.
«Biografia de um dos fundadores da Frelimo, Uria Simango, e nele o autor procura demonstrar, com base em dados até agora desconhecidos do grande público, que o seu biografado, oficialmente considerado um "traidor" cujo paradeiro se desconhece, foi, de facto, assassinado pela facção vitoriosa da Frelimo. Não tenho conhecimentos que me permitam avaliar a veracidade do que é relatado no livro e aos que o têm não facilitará a tarefa o facto de muitas das fontes de informação do autor serem anónimas. Por outro lado, suspeito que, numa luta ideológica com a violência com que se terá travado, é pouco crível que um dos contendores seja uma vítima sem mácula. Nada disto, porém, põe em causa o verdadeiro mérito do livro: questionar com alguma fundamentação, a história oficial da Frelimo e, portanto, a história contemporânea oficial de Moçambique. A credibilidade do argumento do livro reconhece-se facilmente no Maputo, conversando com pessoas, hoje afastadas da política, que contactaram de perto com algumas das personagens referidas ou participaram de alguns dos acontecimentos narrados. Em suma, o livro "cheira" a verdade. Traz à memória outros desaparecimentos suspeitos de outros fundadores da Frelimo, como por exemplo Lourenço Mutaca, assassinado na Etiópia na década de 80, e Shafurdin Khan, na Zâmbia na década de 90. E faz sobretudo pensar nas mortes não totalmente esclarecidas do primeiro presidente da Frelimo, Eduardo Mondlane, e do primeiro presidente do país, Samora Machel, para não falar dos casos mais recentes da morte do jornalista Carlos Cardoso e do economista Siba-Siba Macuacua.» in saladeimprensa.ces.uc.pt