Tradução e posfácio de Júlio Henriques
«Ando em busca de palavras que descrevam o período da história que estamos a atravessar.» Com Entretanto (2008), brevíssimo ensaio de extraordinária beleza e lucidez, John Berger encontrou-as. Comentário cristalino à fracção de tempo em que vivemos, Entretanto compara a distopia neoliberal contemporânea a uma prisão: um espaço finito e circunscrito, de vigilância consentida e permanente dos nossos passos, de modelação opressiva dos nossos pensamentos. Nesta penitenciária invisível de alienação e consumo, parece que a única liberdade que nos concedem é a de nos afogarmos em cada vez mais fluxos de dinheiro e informação, de onde é impossível emergir. Entretanto, como resistir? Poético e provocador, John Berger toma o pulso a uma humanidade encarcerada entre o subúrbio e o local de trabalho, entre o gueto e o centro comercial, para chegar à suprema ironia: «A liberdade está lentamente a ser descoberta, não no exterior da prisão, mas nas suas profundezas.»
Tradução e posfácio de Júlio Henriques
«Ando em busca de palavras que descrevam o período da história que estamos a atravessar.» Com Entretanto (2008), brevíssimo ensaio de extraordinária beleza e lucidez, John Berger encontrou-as. Comentário cristalino à fracção de tempo em que vivemos, Entretanto compara a distopia neoliberal contemporânea a uma prisão: um espaço finito e circunscrito, de vigilância consentida e permanente dos nossos passos, de modelação opressiva dos nossos pensamentos. Nesta penitenciária invisível de alienação e consumo, parece que a única liberdade que nos concedem é a de nos afogarmos em cada vez mais fluxos de dinheiro e informação, de onde é impossível emergir. Entretanto, como resistir? Poético e provocador, John Berger toma o pulso a uma humanidade encarcerada entre o subúrbio e o local de trabalho, entre o gueto e o centro comercial, para chegar à suprema ironia: «A liberdade está lentamente a ser descoberta, não no exterior da prisão, mas nas suas profundezas.»