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O livro da dona de casa xx

LT006244

Paul Combes

Editora Educação Nacional
Idioma Português PT
Estado : Usado 5/5
Encadernação : Brochado
Disponib. - Indisponível

€10
Mais detalhes
  • Código
  • LT006244

Descrição

«Em 1909 começam a ser editadas em Portugal as traduções da tetralogia de Paul Combes, com o título geral de Os quatro livros da mulher e durante quase cinquenta anos os quatro livros que compõem esta obra são reeditados por diversas editoras portuguesas. O livro da esposa, O livro da mãe, O livro da Educadora e O livro da dona-de-casa são obras que pretendem modelar a mulher nas únicas quatro facetas que lhe estavam socialmente disponíveis — esposa, mãe, educadora (dos próprios filhos) e dona-de-casa. Se noutros países da Europa e além Atlântico, nos E.U.A., a luta pela emancipação feminina era já um fenómeno expressivo desde o início do Século XX e que tinha eco nas publicações editoriais dirigidas às mulheres, por cá, em Portugal, alguns livros de carácter emancipatório tiveram ainda a oportunidade de chegar ao prelo, mas após a constituição do Estado Novo, em 1933, as publicações dirigidas às mulheres resumiam-se a edições redundantes de carácter formativo, que tentavam colocar a mulher no local que Estado e sociedade da época lhe achavam devido — o lar, como dona de casa, esposa e mãe. Assim, apesar de Paul Combes ter escrito uma obra em finais do século XIX, inícios do século XX, que poderia ser considerada desactualizada, fundamentalista e sexista, chegando aos anos de 1950, esta obra ainda era publicada no nosso país, formatando as mulheres da época, reduzindo-as a um papel secundário, subalterno e subordinado ao papel masculino na sociedade da época. Mas Combes não estava sozinho, foram centenas os livros publicados, com diversas reedições, maioritariamente de autoras portuguesas, que funcionavam como manuais de boa conduta, gestão doméstica e educação feminina. Pelos anos de 40 e 50 do século XX, no que diz respeito à publicação de autores estrangeiros nesta área específica da edição dirigida a leitoras do sexo feminino, os que permaneciam reeditados eram aqueles cujas obras tinham edição original mais antiga (edições originais entre 1890 e 1910). Com as mudanças que surgiam internacionalmente, eram escassas as novas obras de índole conservadora publicadas por autores estrangeiros. Orgulhosamente sós, as edições dirigidas às mulheres tentavam a todo o custo manter a mulher portuguesa refugiada num passado conservador, tradicional, onde o lar tinha de chegar para cumprir os seus sonhos e expectativas de vida.» Sónia Pereira, in Quimeraseutopias.blogs.sapo.pt


«Mas, antes de se resolver, faça um sincero e profundo exame de consciência. Calcule com todo o rigor o tempo que a função oferecida lhe vai roubar às horas que deve consagrar à sua vida doméstica. Ao mesmo tempo, pondere bem se o tempo que vai empregar fora não seria melhor gastá-lo em auxiliar o marido, diminuindo-lhe as fadigas, aumentando-lhe as horas de descanso e das distracções.»

O livro da dona de casa xx

€10

LT006244

Paul Combes
Editora Educação Nacional
Idioma Português PT
Estado : Usado 5/5
Encadernação : Brochado
Disponib. - Indisponível

Mais detalhes
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  • LT006244
Descrição

«Em 1909 começam a ser editadas em Portugal as traduções da tetralogia de Paul Combes, com o título geral de Os quatro livros da mulher e durante quase cinquenta anos os quatro livros que compõem esta obra são reeditados por diversas editoras portuguesas. O livro da esposa, O livro da mãe, O livro da Educadora e O livro da dona-de-casa são obras que pretendem modelar a mulher nas únicas quatro facetas que lhe estavam socialmente disponíveis — esposa, mãe, educadora (dos próprios filhos) e dona-de-casa. Se noutros países da Europa e além Atlântico, nos E.U.A., a luta pela emancipação feminina era já um fenómeno expressivo desde o início do Século XX e que tinha eco nas publicações editoriais dirigidas às mulheres, por cá, em Portugal, alguns livros de carácter emancipatório tiveram ainda a oportunidade de chegar ao prelo, mas após a constituição do Estado Novo, em 1933, as publicações dirigidas às mulheres resumiam-se a edições redundantes de carácter formativo, que tentavam colocar a mulher no local que Estado e sociedade da época lhe achavam devido — o lar, como dona de casa, esposa e mãe. Assim, apesar de Paul Combes ter escrito uma obra em finais do século XIX, inícios do século XX, que poderia ser considerada desactualizada, fundamentalista e sexista, chegando aos anos de 1950, esta obra ainda era publicada no nosso país, formatando as mulheres da época, reduzindo-as a um papel secundário, subalterno e subordinado ao papel masculino na sociedade da época. Mas Combes não estava sozinho, foram centenas os livros publicados, com diversas reedições, maioritariamente de autoras portuguesas, que funcionavam como manuais de boa conduta, gestão doméstica e educação feminina. Pelos anos de 40 e 50 do século XX, no que diz respeito à publicação de autores estrangeiros nesta área específica da edição dirigida a leitoras do sexo feminino, os que permaneciam reeditados eram aqueles cujas obras tinham edição original mais antiga (edições originais entre 1890 e 1910). Com as mudanças que surgiam internacionalmente, eram escassas as novas obras de índole conservadora publicadas por autores estrangeiros. Orgulhosamente sós, as edições dirigidas às mulheres tentavam a todo o custo manter a mulher portuguesa refugiada num passado conservador, tradicional, onde o lar tinha de chegar para cumprir os seus sonhos e expectativas de vida.» Sónia Pereira, in Quimeraseutopias.blogs.sapo.pt


«Mas, antes de se resolver, faça um sincero e profundo exame de consciência. Calcule com todo o rigor o tempo que a função oferecida lhe vai roubar às horas que deve consagrar à sua vida doméstica. Ao mesmo tempo, pondere bem se o tempo que vai empregar fora não seria melhor gastá-lo em auxiliar o marido, diminuindo-lhe as fadigas, aumentando-lhe as horas de descanso e das distracções.»