«A primeira edição d'este poema, que se concluiu em París em 22 de Fevereiro de 1825, extinguiu-se logo em dous anos pelo ingenuo favor do público, que se não faziam então ainda em Portugal as reputações dos homens e dos escriptos a tanto por linha nas columnas de um jornal. Era, de mais a mais, a obra de um proscripto: apenas se annunciava entre amigos, ao ouvido. Só um anno depois de publicada, e ja mais de meia extrahida a edição, é que d’ella de pôde fazer aviso nas folhas públicas de Portugal, quando restaurada a liberdade pela autorga da Carta. No fim de 1827 ja se reclamava segunda edição do Poema Camões. Mas primeiro as vicissitudes politicas do Reino, e occupações graves do auctor, depois o desejo de se mostrar grato ao favor público, apperfeiçoando e corrigindo em edade de mais reflexão o que elle sinceramente intendia que só lhe fora desculpado por verdura juvenil, foram addiando indefinidamente a execução d’esta que era commum desejo do auctor e do público.»
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«A primeira edição d'este poema, que se concluiu em París em 22 de Fevereiro de 1825, extinguiu-se logo em dous anos pelo ingenuo favor do público, que se não faziam então ainda em Portugal as reputações dos homens e dos escriptos a tanto por linha nas columnas de um jornal. Era, de mais a mais, a obra de um proscripto: apenas se annunciava entre amigos, ao ouvido. Só um anno depois de publicada, e ja mais de meia extrahida a edição, é que d’ella de pôde fazer aviso nas folhas públicas de Portugal, quando restaurada a liberdade pela autorga da Carta. No fim de 1827 ja se reclamava segunda edição do Poema Camões. Mas primeiro as vicissitudes politicas do Reino, e occupações graves do auctor, depois o desejo de se mostrar grato ao favor público, apperfeiçoando e corrigindo em edade de mais reflexão o que elle sinceramente intendia que só lhe fora desculpado por verdura juvenil, foram addiando indefinidamente a execução d’esta que era commum desejo do auctor e do público.»
