Obra de uma vida, Como um pedaço de terra virgem é simultaneamente a estreia editorial da autora, aos 84 anos. Virgínia Dias começou a fazer poemas antes de saber escrever. Inspirava-se nos poetas populares, nos contos da avó, nas peças de teatro que via ao seu colo e que imitava às escondidas. Inspirou-se sobretudo na injustiça, o grande mote da sua poesia. No inferno da ceifa e do suão, na humilhação do manajeiro, no salário de miséria, na escola interrompida aos 11 anos para ir trabalhar no campo, esse campo que é ao mesmo tempo a sua prisão e a sua paixão. Aos 40 anos, o marido descobriu-lhe poemas guardados em gavetas. Tinha vergonha de ser poeta sem métrica. Ocasionalmente, participou em concursos nos quais arrebatou prémios e menções honrosas. Pierre-Marie Goulet filmou-a cantando e dizendo poemas seus na trilogia iniciada com o filme Polifonias. A sua poesia, essencialmente oral, foi sendo publicada em coletâneas e recolhida, primeiro por Paulo Lima, depois por Marta Ramos. Passados mais 40 anos, foi finalmente reunida nesta antologia quase completa, à qual se junta um CD de poemas ditos entre canções e histórias da vida, com vista sobre a planície e todo o universo que dali se vislumbra. A edição conta com prefácio de José Mário Branco e fotografias de António Cunha e Luís Ferreira Alves.
Obra de uma vida, Como um pedaço de terra virgem é simultaneamente a estreia editorial da autora, aos 84 anos. Virgínia Dias começou a fazer poemas antes de saber escrever. Inspirava-se nos poetas populares, nos contos da avó, nas peças de teatro que via ao seu colo e que imitava às escondidas. Inspirou-se sobretudo na injustiça, o grande mote da sua poesia. No inferno da ceifa e do suão, na humilhação do manajeiro, no salário de miséria, na escola interrompida aos 11 anos para ir trabalhar no campo, esse campo que é ao mesmo tempo a sua prisão e a sua paixão. Aos 40 anos, o marido descobriu-lhe poemas guardados em gavetas. Tinha vergonha de ser poeta sem métrica. Ocasionalmente, participou em concursos nos quais arrebatou prémios e menções honrosas. Pierre-Marie Goulet filmou-a cantando e dizendo poemas seus na trilogia iniciada com o filme Polifonias. A sua poesia, essencialmente oral, foi sendo publicada em coletâneas e recolhida, primeiro por Paulo Lima, depois por Marta Ramos. Passados mais 40 anos, foi finalmente reunida nesta antologia quase completa, à qual se junta um CD de poemas ditos entre canções e histórias da vida, com vista sobre a planície e todo o universo que dali se vislumbra. A edição conta com prefácio de José Mário Branco e fotografias de António Cunha e Luís Ferreira Alves.