«O Zombo... Que tem uma capa onde há um espelho com uma duplicidade entre dois acrobatas e uma mosca - esta foi o meu contributo para a capa. Tem de haver aqui mais uma impertinência, disse para mim, e no interior a mosca volta a aparecer. Depois de o livro sair, o meu amigo Pádua Fernandes, poeta e ensaísta brasileiro, pôs no seu blogue uma fotografia em que estou numa performance feita em Itália ao lado de outra com todos os meus livros. Quando vi a imagem, disse: será que fiz alguma coisa na vida além de escrever? São muitos, de facto. Curiosamente, ele diz que "os últimos livros trazem todos uma espécie de sugestão de que são o último"... Embora todos os livros tenham mudanças de estilo e de tema bastante fortes, porque para mim é impossível ficar só na análise factual e não entrar no tempo e nas circunstâncias que me levam a criar outros temas e estilos, todos os livros trazem uma mudança. Este traz uma muito maior, talvez seja de facto a definitiva, porque estes livros são só a passagem do tempo de uma ponta à outra e de várias maneiras e circunstâncias, em várias atitudes ridículas ou num trágico nunca acentuado. Zombo porquê? Está logo na perífrase inicial: "A existência deste universo é mesmo esse enigma do tempo o tempo que vai desgastando corroendo e eu zombo apesar de o reconhecer cheguei àquele ponto em que acabou, não entro em mais jogo nenhum." Não sei, estou a dizer isto e às vezes posso ser surpreendido. Mas a disposição não é essa.» Alberto Pimenta em entrevista ao DN, 17 de Agosto de 2019
Capa e paginação: Rui Miguel Ribeiro
Ilustração da capa de Jules Garnier para o livro Les jeux du cirque et la vie foraine, 1889, Hugues Leroux
Ilustração da contracapa retirada de Anatomy, Physiology, and Hygiene 1890, Charles Henry May
Revisão: Mariana Pinto dos Santos e Rui Miguel Ribeiro
«O Zombo... Que tem uma capa onde há um espelho com uma duplicidade entre dois acrobatas e uma mosca - esta foi o meu contributo para a capa. Tem de haver aqui mais uma impertinência, disse para mim, e no interior a mosca volta a aparecer. Depois de o livro sair, o meu amigo Pádua Fernandes, poeta e ensaísta brasileiro, pôs no seu blogue uma fotografia em que estou numa performance feita em Itália ao lado de outra com todos os meus livros. Quando vi a imagem, disse: será que fiz alguma coisa na vida além de escrever? São muitos, de facto. Curiosamente, ele diz que "os últimos livros trazem todos uma espécie de sugestão de que são o último"... Embora todos os livros tenham mudanças de estilo e de tema bastante fortes, porque para mim é impossível ficar só na análise factual e não entrar no tempo e nas circunstâncias que me levam a criar outros temas e estilos, todos os livros trazem uma mudança. Este traz uma muito maior, talvez seja de facto a definitiva, porque estes livros são só a passagem do tempo de uma ponta à outra e de várias maneiras e circunstâncias, em várias atitudes ridículas ou num trágico nunca acentuado. Zombo porquê? Está logo na perífrase inicial: "A existência deste universo é mesmo esse enigma do tempo o tempo que vai desgastando corroendo e eu zombo apesar de o reconhecer cheguei àquele ponto em que acabou, não entro em mais jogo nenhum." Não sei, estou a dizer isto e às vezes posso ser surpreendido. Mas a disposição não é essa.» Alberto Pimenta em entrevista ao DN, 17 de Agosto de 2019
Capa e paginação: Rui Miguel Ribeiro
Ilustração da capa de Jules Garnier para o livro Les jeux du cirque et la vie foraine, 1889, Hugues Leroux
Ilustração da contracapa retirada de Anatomy, Physiology, and Hygiene 1890, Charles Henry May
Revisão: Mariana Pinto dos Santos e Rui Miguel Ribeiro