Em 1540, depois do primeiro auto-de-fé em Lisboa, o marquês de Villanueva de Barcarrota, governador de Badajoz, começa a receber diariamente cartas de Alonso Perez de Saavedra, por todos reconhecido como núncio apostólico em Lisboa e Inquisidor-Geral do Reino de Portugal. Assumindo, desde logo, que os seus cargos foram obtidos através de incontestáveis falsificações e burlas perfeitas, Saavedra impõe apenas uma condição antes de ser detido: relatar a sua vida e os motivos que o levam a confessar as suas artimanhas. Retratando meio século de fortes convulsões políticas, sociais e religiosas na Europa – em que a hipocrisia da Igreja e a sede de poder dos homens tudo subvertiam –, Saavedra vai desvelando os motivos para ter usado falsidades, segredos e dissimulações ao longo da sua vida, única forma para contornar a maldade humana. Mas para os seus intentos, contou também com dotes inatos e uma disforme mão esquerda, aparentemente divina. Estaria ele ao serviço de Deus? E se sim, porquê usar a mentira em vez da verdade? E por que se decidiu entregar depois de alcançar os seus fins? A Mão Esquerda de Deus é um romance que, percorrendo as raízes e efeitos do Tribunal da Inquisição, questiona muitos dos princípios e valores da natureza humana, onde a mentira surge como uma virtude nobre perante um cenário de intolerância, hipocrisia e maldade.
Em 1540, depois do primeiro auto-de-fé em Lisboa, o marquês de Villanueva de Barcarrota, governador de Badajoz, começa a receber diariamente cartas de Alonso Perez de Saavedra, por todos reconhecido como núncio apostólico em Lisboa e Inquisidor-Geral do Reino de Portugal. Assumindo, desde logo, que os seus cargos foram obtidos através de incontestáveis falsificações e burlas perfeitas, Saavedra impõe apenas uma condição antes de ser detido: relatar a sua vida e os motivos que o levam a confessar as suas artimanhas. Retratando meio século de fortes convulsões políticas, sociais e religiosas na Europa – em que a hipocrisia da Igreja e a sede de poder dos homens tudo subvertiam –, Saavedra vai desvelando os motivos para ter usado falsidades, segredos e dissimulações ao longo da sua vida, única forma para contornar a maldade humana. Mas para os seus intentos, contou também com dotes inatos e uma disforme mão esquerda, aparentemente divina. Estaria ele ao serviço de Deus? E se sim, porquê usar a mentira em vez da verdade? E por que se decidiu entregar depois de alcançar os seus fins? A Mão Esquerda de Deus é um romance que, percorrendo as raízes e efeitos do Tribunal da Inquisição, questiona muitos dos princípios e valores da natureza humana, onde a mentira surge como uma virtude nobre perante um cenário de intolerância, hipocrisia e maldade.