A voz interior - Excertos do Diário [1950-52 – 1956-61]
«Die innere Stimme (A Voz Interior), o título escolhido para o livro, é o título dado por HEIN SEMKE a um trabalho em cimento, datado de 1933. A figura, com cerca de 80 cm de altura, representa um profeta ou apóstolo com a mão direita em concha, junto ao ouvido; com a mão esquerda aperta contra o peito um pequeno livro com uma cruz incisa. Alguém escutando o que lhe vai no íntimo. Aus dem Tagebuch (Excertos do Diário), o subtítulo, indica não se tratar do diário completo. A apresentação de dois blocos temporais separados por um intervalo considerável: 1950-52 e 1956-61, não resultou de uma escolha mas da força das circunstâncias. No espólio literário conhecido de HEIN SEMKE, os escritos anteriores, de 1929 a 1949, são, exceptuando uma ou outra passagem diarística, um ou outro conto e uma resumida autobiografia publicada em 1935 em português, pensamentos, aforismos e poemas. Só em 1950 ele inicia um diário, que manterá regularmente até 1965 e depois irregularmente até 1994. Escrito em folhas soltas e sobretudo em cadernos, alguns deles desapareceram. É o caso dos correspondentes ao período de 30.10.52 a 10.8.56. É também o caso dos correspondentes ao período de 9.10.61 a 30.4.65, estes dados pelo artista a Karin Schwab Simpson e provavelmente destruídos. Da juventude de Semke sabemos o que ele nos relata no romance autobiográfico Hannes, der Rammer (Hannes, o Calceteiro), escrito entre 1950 e 1952 e centrado nos anos 1918-19, e, mais indirectamente, na novela Der ‘Halleluja’-Ben (O Ben-‘Aleluia’), de Junho de 1950 – ambos por editar. O livro respeita a separação original do diário por cadernos e limita ao mínimo as intervenções de edição. Apresenta-se o texto praticamente na íntegra, assumindo o ritmo pessoal do discurso, os recorrentes travessões, e mantendo as repetições inerentes a um diário que não e um romance biográfico nem uma construção literária e onde a economia do discurso reflecte o ritmo autêntico e espesso da vida, cujas circunstâncias e situações não se alteram da noite para o dia e cujos motivos de alegria ou angustia são persistentes na sua evolução.» Teresa Balté, autora da tradução, prefácio e notas.
A voz interior - Excertos do Diário [1950-52 – 1956-61]
«Die innere Stimme (A Voz Interior), o título escolhido para o livro, é o título dado por HEIN SEMKE a um trabalho em cimento, datado de 1933. A figura, com cerca de 80 cm de altura, representa um profeta ou apóstolo com a mão direita em concha, junto ao ouvido; com a mão esquerda aperta contra o peito um pequeno livro com uma cruz incisa. Alguém escutando o que lhe vai no íntimo. Aus dem Tagebuch (Excertos do Diário), o subtítulo, indica não se tratar do diário completo. A apresentação de dois blocos temporais separados por um intervalo considerável: 1950-52 e 1956-61, não resultou de uma escolha mas da força das circunstâncias. No espólio literário conhecido de HEIN SEMKE, os escritos anteriores, de 1929 a 1949, são, exceptuando uma ou outra passagem diarística, um ou outro conto e uma resumida autobiografia publicada em 1935 em português, pensamentos, aforismos e poemas. Só em 1950 ele inicia um diário, que manterá regularmente até 1965 e depois irregularmente até 1994. Escrito em folhas soltas e sobretudo em cadernos, alguns deles desapareceram. É o caso dos correspondentes ao período de 30.10.52 a 10.8.56. É também o caso dos correspondentes ao período de 9.10.61 a 30.4.65, estes dados pelo artista a Karin Schwab Simpson e provavelmente destruídos. Da juventude de Semke sabemos o que ele nos relata no romance autobiográfico Hannes, der Rammer (Hannes, o Calceteiro), escrito entre 1950 e 1952 e centrado nos anos 1918-19, e, mais indirectamente, na novela Der ‘Halleluja’-Ben (O Ben-‘Aleluia’), de Junho de 1950 – ambos por editar. O livro respeita a separação original do diário por cadernos e limita ao mínimo as intervenções de edição. Apresenta-se o texto praticamente na íntegra, assumindo o ritmo pessoal do discurso, os recorrentes travessões, e mantendo as repetições inerentes a um diário que não e um romance biográfico nem uma construção literária e onde a economia do discurso reflecte o ritmo autêntico e espesso da vida, cujas circunstâncias e situações não se alteram da noite para o dia e cujos motivos de alegria ou angustia são persistentes na sua evolução.» Teresa Balté, autora da tradução, prefácio e notas.