«Tão grande como é pelo vigor do estilo e a profundidade da sua visão do destino, e tão limitado pelos maneirismos intelectuais e sociais de uma sociedade rural em vias de tornar-se burguesa e citadina, é nele, como em nenhum outro grande escritor do século XIX, que pode observar-se que o às vezes torna duplamente grande um escritor. Porque é nessa, digamos «duplicidade», que se processa uma tal grandeza. Embebendo-se de jeitos de linguagem e de maneiras de ser, transcendendo-os para, como eles, exprimir uma visão única, pessoalíssima, e a tal ponto a impor, arrastando juntamente para a mais alta expressão as mais ridiculamente temporais das idiossincrasias, o escritor é grande por expressão de si próprio e grande pela transfigurada expressão que dá da sua época.» Jorge de Sena, Em louvor de Camilo
«Tão grande como é pelo vigor do estilo e a profundidade da sua visão do destino, e tão limitado pelos maneirismos intelectuais e sociais de uma sociedade rural em vias de tornar-se burguesa e citadina, é nele, como em nenhum outro grande escritor do século XIX, que pode observar-se que o às vezes torna duplamente grande um escritor. Porque é nessa, digamos «duplicidade», que se processa uma tal grandeza. Embebendo-se de jeitos de linguagem e de maneiras de ser, transcendendo-os para, como eles, exprimir uma visão única, pessoalíssima, e a tal ponto a impor, arrastando juntamente para a mais alta expressão as mais ridiculamente temporais das idiossincrasias, o escritor é grande por expressão de si próprio e grande pela transfigurada expressão que dá da sua época.» Jorge de Sena, Em louvor de Camilo