Dez anos depois, Eduarda Dionísio regressa à publicação com As histórias não têm fim, um texto belíssimo, porventura polémico, decerto não canónico, onde se questiona, entre tantas outras coisas, o romance hoje possível. Que personagens, que romance, quando a vida não cumpriu as expectativas dos tempos em que se era particularmente atento e interveniente e revolucionário, desses tempos de que resta a constatação desiludida de um percurso pessoal que não foi além de uma travessia no deserto? Que personagens, senão a transfiguração dessas de vida outrora repleta e percurso partilhado, que hoje renegam os credos não cumpridos por abandono talvez intencional, ou dessas outras, porventura também próximas, que se apresentam diariamente, nas páginas dos jornais e nas notícias, senhoras de histórias que, como as demais, também não têm fim? O romance faz-se destes cruzamentos, fragmentos de histórias e de gentes que amiúde ultrapassam os limites da ficção. É, com certeza, um dos mais belos e inquietantes textos deste tempo.
Dez anos depois, Eduarda Dionísio regressa à publicação com As histórias não têm fim, um texto belíssimo, porventura polémico, decerto não canónico, onde se questiona, entre tantas outras coisas, o romance hoje possível. Que personagens, que romance, quando a vida não cumpriu as expectativas dos tempos em que se era particularmente atento e interveniente e revolucionário, desses tempos de que resta a constatação desiludida de um percurso pessoal que não foi além de uma travessia no deserto? Que personagens, senão a transfiguração dessas de vida outrora repleta e percurso partilhado, que hoje renegam os credos não cumpridos por abandono talvez intencional, ou dessas outras, porventura também próximas, que se apresentam diariamente, nas páginas dos jornais e nas notícias, senhoras de histórias que, como as demais, também não têm fim? O romance faz-se destes cruzamentos, fragmentos de histórias e de gentes que amiúde ultrapassam os limites da ficção. É, com certeza, um dos mais belos e inquietantes textos deste tempo.