«São raros os que declaradamente assumem a poesia como fala da insubmissão e que através dela manifestam desprezo pelas formas do tempo. Por essa razão, a noção que hoje se vai tendo do poeta é a do tipo que nada tem a dizer, e que por isso verseja, com vistas a produzir um efeito, um prestígio que influa positivamente nas hierarquias do poder e do dinheiro. Haverá, pois, poetas em Portugal, país de asnos e doutores? Vede vocências quais dentre os assim chamados são capazes de negação geral perante os deuses sociais, e aí os tendes. Presumo que cabem todos em um T1.» da Introdução de Júlio Henriques
«São raros os que declaradamente assumem a poesia como fala da insubmissão e que através dela manifestam desprezo pelas formas do tempo. Por essa razão, a noção que hoje se vai tendo do poeta é a do tipo que nada tem a dizer, e que por isso verseja, com vistas a produzir um efeito, um prestígio que influa positivamente nas hierarquias do poder e do dinheiro. Haverá, pois, poetas em Portugal, país de asnos e doutores? Vede vocências quais dentre os assim chamados são capazes de negação geral perante os deuses sociais, e aí os tendes. Presumo que cabem todos em um T1.» da Introdução de Júlio Henriques