Os «Diários mínimos», alguns dos quais, como «Fenomenologia de Mike Bongiorno», «Elogio de Franti», ou «Fragmentos» se tornaram, entretanto, clássicos no seu género e foram adaptados a números de café-concerto ou recolhidos em antologias escolares, surgiram nos anos sessenta em revistas italianas, inicialmente, eram breves histórias de costumes; mais tarde começaram a definir-se como paródias literárias, exercícios de exploração do mundo «de pernas para o ar»: Manzoni lido como se fosse Joyce, Nabokov a escrever um romance sobre um jovem que só é capaz de se apaixonar por septuagenárias, um «nouveau roman» da autoria de um gato, Milão estudada por um antropólogo da Melanésia, a Grécia de Péricles analisada como sociedade de massas por um crítico os apocalíptico, etc. Umberto Eco procurou sempre apresentar estes seus textos como «divertimentos» improvisados sem grande convicção, mas pouco a pouco começou a considerá-los exercícios empenhados uma vez que também a paródia pode ser uma forma de conhecimento. A chave desta poética do «pastiche» podemos encontrá-la no «Elogio de Franti» onde se fala do Riso como de uma prova real: perante ela, o que é já caduco, cai de vez. Por vezes uma antecipação profética de discursos que os outros farão, anos mais tarde, mas desta vez a sério.
Os «Diários mínimos», alguns dos quais, como «Fenomenologia de Mike Bongiorno», «Elogio de Franti», ou «Fragmentos» se tornaram, entretanto, clássicos no seu género e foram adaptados a números de café-concerto ou recolhidos em antologias escolares, surgiram nos anos sessenta em revistas italianas, inicialmente, eram breves histórias de costumes; mais tarde começaram a definir-se como paródias literárias, exercícios de exploração do mundo «de pernas para o ar»: Manzoni lido como se fosse Joyce, Nabokov a escrever um romance sobre um jovem que só é capaz de se apaixonar por septuagenárias, um «nouveau roman» da autoria de um gato, Milão estudada por um antropólogo da Melanésia, a Grécia de Péricles analisada como sociedade de massas por um crítico os apocalíptico, etc. Umberto Eco procurou sempre apresentar estes seus textos como «divertimentos» improvisados sem grande convicção, mas pouco a pouco começou a considerá-los exercícios empenhados uma vez que também a paródia pode ser uma forma de conhecimento. A chave desta poética do «pastiche» podemos encontrá-la no «Elogio de Franti» onde se fala do Riso como de uma prova real: perante ela, o que é já caduco, cai de vez. Por vezes uma antecipação profética de discursos que os outros farão, anos mais tarde, mas desta vez a sério.