«Afinal, esse amor, está onde?» Ana e Léon conhecem-se em Jerusalém, na véspera da morte de Yasser Arafat. Ana é catalã, repórter e vive sozinha. Léon, também repórter, vive na Bélgica, com a mulher e os filhos. Juntos, calcorreiam Israel e os Territórios Palestinianos Ocupados: Gaza, Cisjordânia, Jerusalém Oriental. Nesses dias de tumulto político, germina um romance intenso e carnal, vivido intermitentemente, pontuado por encontros na Europa - Paris, Mancha, Madrid, Roma, Catalunha - e regressando sempre ao lugar onde tudo começou. Os dois adivinham que o romance tem o tempo contado, mas não resistem a acrescentar-lhe dias. Anos mais tarde, em Damasco, pouco antes de rebentar a guerra síria, Ana conta-nos a história desse amor possível. Escreve «para acabar com a história», escreve «para que a história comece». «Corremos Gaza de norte a sul no Fiat 127 vermelho do Abed, eu à frente, tu atrás, bananas e goiabas de merenda, depois ele deixa-nos na Marna House. Todos os fins de tarde escrevemos lado a lado no restaurante, eu, tu e muito tabaco. À noite, no quarto, não abrimos a janela como em Agosto porque está demasiado frio, mas, quando não estamos agarrados em cima da cama, estamos agarrados dentro da cama, nus e agarrados como fugitivos.»
«Afinal, esse amor, está onde?» Ana e Léon conhecem-se em Jerusalém, na véspera da morte de Yasser Arafat. Ana é catalã, repórter e vive sozinha. Léon, também repórter, vive na Bélgica, com a mulher e os filhos. Juntos, calcorreiam Israel e os Territórios Palestinianos Ocupados: Gaza, Cisjordânia, Jerusalém Oriental. Nesses dias de tumulto político, germina um romance intenso e carnal, vivido intermitentemente, pontuado por encontros na Europa - Paris, Mancha, Madrid, Roma, Catalunha - e regressando sempre ao lugar onde tudo começou. Os dois adivinham que o romance tem o tempo contado, mas não resistem a acrescentar-lhe dias. Anos mais tarde, em Damasco, pouco antes de rebentar a guerra síria, Ana conta-nos a história desse amor possível. Escreve «para acabar com a história», escreve «para que a história comece». «Corremos Gaza de norte a sul no Fiat 127 vermelho do Abed, eu à frente, tu atrás, bananas e goiabas de merenda, depois ele deixa-nos na Marna House. Todos os fins de tarde escrevemos lado a lado no restaurante, eu, tu e muito tabaco. À noite, no quarto, não abrimos a janela como em Agosto porque está demasiado frio, mas, quando não estamos agarrados em cima da cama, estamos agarrados dentro da cama, nus e agarrados como fugitivos.»