Há mulheres que adoram mascar coisas secas a qualquer hora do dia. Ou da noite. Pevides, grainhas de uva, amendoins, sementes de melão ou melancia. Esses pequeninos amargos da boca. Seja o que for que seja seco. Existe um certo erotismo nesse roer manso e paciente. Sentadas num soalho coberto por mantas de artesanato, podem pensar em algo de oriental e meditativo. Mastigam pedacinhos de vida interior. Salivam minúsculos grãos de calma. Transformam com os dentes o ácido da vida e deixam-no ficar na língua, numa espera árabe. «Um conjunto de 11 breves contos, em que reconhecemos a marca de um discurso híbrido que Armando Silva Carvalho vem imprimindo não só à sua poesia, como aos seus textos narrativos.» Rita Taborda Duarte in «Mil Folhas» (Público) em 17/4/2004 «Armando Silva Carvalho volta a demonstrar os seus talentos líricos enquanto prosador. (...) Acrescente-se que não estamos perante uma simples recolha de contos. «Elena e as Mãos dos Homens» pauta-se por um indeclinável e vigoroso "crescendo", que culminará, não por acaso, na mágoa dissolvente de «Requiem Alentejano», talvez o texto onde melhor se vê sintetizada a fera "desrilkeza" característica do autor de «Portuguex» (...) Um livro para sublinhar com bisturi, página a página.» Manuel de Freitas in revista «Actual» (Expresso) em 15/5/2004
Há mulheres que adoram mascar coisas secas a qualquer hora do dia. Ou da noite. Pevides, grainhas de uva, amendoins, sementes de melão ou melancia. Esses pequeninos amargos da boca. Seja o que for que seja seco. Existe um certo erotismo nesse roer manso e paciente. Sentadas num soalho coberto por mantas de artesanato, podem pensar em algo de oriental e meditativo. Mastigam pedacinhos de vida interior. Salivam minúsculos grãos de calma. Transformam com os dentes o ácido da vida e deixam-no ficar na língua, numa espera árabe. «Um conjunto de 11 breves contos, em que reconhecemos a marca de um discurso híbrido que Armando Silva Carvalho vem imprimindo não só à sua poesia, como aos seus textos narrativos.» Rita Taborda Duarte in «Mil Folhas» (Público) em 17/4/2004 «Armando Silva Carvalho volta a demonstrar os seus talentos líricos enquanto prosador. (...) Acrescente-se que não estamos perante uma simples recolha de contos. «Elena e as Mãos dos Homens» pauta-se por um indeclinável e vigoroso "crescendo", que culminará, não por acaso, na mágoa dissolvente de «Requiem Alentejano», talvez o texto onde melhor se vê sintetizada a fera "desrilkeza" característica do autor de «Portuguex» (...) Um livro para sublinhar com bisturi, página a página.» Manuel de Freitas in revista «Actual» (Expresso) em 15/5/2004