Ilustrado por Pedro Lourenço
Publicados entre 1904 e 1906 estes Diários, "traduzidos do manuscrito original", causaram sensação à época, tendo mesmo sido banidos das bibliotecas de alguns estados americanos. O humor de Mark Twain subverte e recria, em ambiente de guerra dos sexos, a história bíblica.
«Segunda-feira. Este novo ser de cabelo longo é um valente empecilho. Anda sempre à minha volta e segue-me para todo o lado. Não gosto disto; não estou habituado a ter companhia. Preferia que ficasse com os outros animais. Terça-feira. Não posso nunca dar nome a nada. O novo ser dá nome a tudo o que aparece antes de eu poder esboçar um protesto. E o pretexto é sempre o mesmo: parece ser aquilo. Por exemplo um dodo, diz que, logo que se avista um, percebe-se que «parece um dodo». Vai ter de passar a chamar-se assim, sem dúvida. Desgasta-me tentar discutir sobre isso e nem vale a pena, de qualquer maneira. Dodo! Parece-se tanto com um dodo como eu!»
Ilustrado por Pedro Lourenço
Publicados entre 1904 e 1906 estes Diários, "traduzidos do manuscrito original", causaram sensação à época, tendo mesmo sido banidos das bibliotecas de alguns estados americanos. O humor de Mark Twain subverte e recria, em ambiente de guerra dos sexos, a história bíblica.
«Segunda-feira. Este novo ser de cabelo longo é um valente empecilho. Anda sempre à minha volta e segue-me para todo o lado. Não gosto disto; não estou habituado a ter companhia. Preferia que ficasse com os outros animais. Terça-feira. Não posso nunca dar nome a nada. O novo ser dá nome a tudo o que aparece antes de eu poder esboçar um protesto. E o pretexto é sempre o mesmo: parece ser aquilo. Por exemplo um dodo, diz que, logo que se avista um, percebe-se que «parece um dodo». Vai ter de passar a chamar-se assim, sem dúvida. Desgasta-me tentar discutir sobre isso e nem vale a pena, de qualquer maneira. Dodo! Parece-se tanto com um dodo como eu!»