Do texto introdutório de José Eduardo Agualusa:
«Imitação de Sartre & Simone de Beauvoir reúne dez estórias de gente comum, estórias de gente que se encontra e, sobretudo, se desencontra, a maior parte das vezes em confronto com a realidade que de repente deixou para eles de fazer sentido. O que começa por prender o leitor é a invulgar atenção e mestria posta na construção destas estórias. João Melo recorre a artifícios vários, ora introduzindo elementos de surpresa [...] ora convidando o leitor a escolher entre diferentes termos ou percursos, num constante jogo de sedução. Consegue com isso um ritmo espantoso, quase cinematográfico [...]. Vem depois a ironia. Essa finíssima ironia luandense, utilizada aqui para atacar comportamentos sociais. O machismo do homem angolano [...] é aqui objecto de divertida reflexão. Não há nesta prosa nem inocência, nem complacência. O personagem masculino é invariavelmente brutal, grosseiro [...]. As mulheres choram. Deixam-se usar pelos homens e, é claro, são abusadas. Mas leiam-se estes contos até ao fim. No fim são as mulheres que vencem: elas dominam tudo, decidem tudo, enganam os homens.»
Do texto introdutório de José Eduardo Agualusa:
«Imitação de Sartre & Simone de Beauvoir reúne dez estórias de gente comum, estórias de gente que se encontra e, sobretudo, se desencontra, a maior parte das vezes em confronto com a realidade que de repente deixou para eles de fazer sentido. O que começa por prender o leitor é a invulgar atenção e mestria posta na construção destas estórias. João Melo recorre a artifícios vários, ora introduzindo elementos de surpresa [...] ora convidando o leitor a escolher entre diferentes termos ou percursos, num constante jogo de sedução. Consegue com isso um ritmo espantoso, quase cinematográfico [...]. Vem depois a ironia. Essa finíssima ironia luandense, utilizada aqui para atacar comportamentos sociais. O machismo do homem angolano [...] é aqui objecto de divertida reflexão. Não há nesta prosa nem inocência, nem complacência. O personagem masculino é invariavelmente brutal, grosseiro [...]. As mulheres choram. Deixam-se usar pelos homens e, é claro, são abusadas. Mas leiam-se estes contos até ao fim. No fim são as mulheres que vencem: elas dominam tudo, decidem tudo, enganam os homens.»