• 967 224 138 *
  • Contactos

Lisboa na rua xx

LT004496
2002
Júlio César Machado

Editora Frenesi
Idioma Português PT
Estado : Como Novo
Encadernação : Brochado
Disponib. - Indisponível

€15
Mais detalhes
  • Ano
  • 2002
  • Capa
  • Paulo da Costa Domingos
  • Código
  • LT004496
  • ISBN
  • 9789728351663
  • Detalhes físicos
  • Dimensões
  • 13,00 x 19,00 x
  • Nº Páginas
  • 180

Descrição

Com ilustrações de Manuel Macedo.

Conforme a 1ª edição (1874)

Inclui o texto “O que havia de poetas por aquela época, é coisa incalculável”

«Gostaria de convocar uma crónica de Júlio César Machado (1835-1890) porque estamos (no momento em que escrevo) em pleno tempo de Natal e porque o livro «Lisboa na rua» (Editora Frenesi) inclui uma excelente crónica deste autor na qual mistura de modo hábil e feliz o estilo da escrita com o sangue pisado da vida. Vejamos: «Há uma só coisa mais triste ainda do que uma gaiola sem pássaros e uma casa sem crianças: é uma criança sem mãe! Não é preciso ser órfão para compreender bem toda a amargura do destino dos que o são. Nós, todos, algumas vez, temos tido na vida a hora inconsolável de estarmos longe dos nosso e pesar-nos na alma a saudade da família – é calcular, por essa hora passageira, o que será o sempre! Quando depois da morte de meu pai em 1852, me determinei a não ir para a aldeia, onde minha mãe tem a sua casa, e ficar sozinho aqui a aprender o ofício das letras, ia a entrar o Inverno. As ventanias de Dezembro açoitavam as vidraças da janela do quarto onde eu morava. Estava pobre: sem pai, longe, muito longe da minha mãe; tinha dezasseis anos; rompera abertamente com A Dos Ruivos, o que equivalia a quebrar o passado e querer edificar o futuro no presente que me estremecia e estalava debaixo dos pés… Chegou a noite de Natal. Ouvi os sinos a chamarem para a missa do galo; vi da janela as ruas cheias de povo, que girava dum lado e do outro, muito contente, com os seus papeluchos de broas debaixo do braço… E como era a primeira vez que aquela noite, que sempre me fora alegre, me encontrava triste e só, sentado à mesa de trabalho com os livros por únicos amigos e únicos companheiros, conheci com que tristeza devem sentir-se neste mundo os que entram órfãos na vida…» Pode parecer extensa a citação mas vale a pena, trata-se de um texto de grande escritor.» José do Carmo Francisco, Transporte Sentimental

Lisboa na rua xx

€15

LT004496
2002
Júlio César Machado
Editora Frenesi
Idioma Português PT
Estado : Como Novo
Encadernação : Brochado
Disponib. - Indisponível

Mais detalhes
  • Ano
  • 2002
  • Capa
  • Paulo da Costa Domingos
  • Código
  • LT004496
  • ISBN
  • 9789728351663
  • Detalhes físicos

  • Dimensões
  • 13,00 x 19,00 x
  • Nº Páginas
  • 180
Descrição

Com ilustrações de Manuel Macedo.

Conforme a 1ª edição (1874)

Inclui o texto “O que havia de poetas por aquela época, é coisa incalculável”

«Gostaria de convocar uma crónica de Júlio César Machado (1835-1890) porque estamos (no momento em que escrevo) em pleno tempo de Natal e porque o livro «Lisboa na rua» (Editora Frenesi) inclui uma excelente crónica deste autor na qual mistura de modo hábil e feliz o estilo da escrita com o sangue pisado da vida. Vejamos: «Há uma só coisa mais triste ainda do que uma gaiola sem pássaros e uma casa sem crianças: é uma criança sem mãe! Não é preciso ser órfão para compreender bem toda a amargura do destino dos que o são. Nós, todos, algumas vez, temos tido na vida a hora inconsolável de estarmos longe dos nosso e pesar-nos na alma a saudade da família – é calcular, por essa hora passageira, o que será o sempre! Quando depois da morte de meu pai em 1852, me determinei a não ir para a aldeia, onde minha mãe tem a sua casa, e ficar sozinho aqui a aprender o ofício das letras, ia a entrar o Inverno. As ventanias de Dezembro açoitavam as vidraças da janela do quarto onde eu morava. Estava pobre: sem pai, longe, muito longe da minha mãe; tinha dezasseis anos; rompera abertamente com A Dos Ruivos, o que equivalia a quebrar o passado e querer edificar o futuro no presente que me estremecia e estalava debaixo dos pés… Chegou a noite de Natal. Ouvi os sinos a chamarem para a missa do galo; vi da janela as ruas cheias de povo, que girava dum lado e do outro, muito contente, com os seus papeluchos de broas debaixo do braço… E como era a primeira vez que aquela noite, que sempre me fora alegre, me encontrava triste e só, sentado à mesa de trabalho com os livros por únicos amigos e únicos companheiros, conheci com que tristeza devem sentir-se neste mundo os que entram órfãos na vida…» Pode parecer extensa a citação mas vale a pena, trata-se de um texto de grande escritor.» José do Carmo Francisco, Transporte Sentimental