Prefácio de José Pacheco Pereira
O escritor britânico George Orwell (1903-1950) escreveu duas brilhantes sátiras ao totalitarismo, que se viriam a tornar clássicos da literatura. "Animal Farm - O Triunfo dos Porcos" (1945), uma fábula animal moderna em que atacava o totalitarismo estalinista, a da célebre frase « Todos os animais são iguais, mas uns são mais iguais que outros», que desde então se tornou amplamente citada; e "1984", publicado um ano antes da sua morte, uma "utopia negativa", visão de uma sociedade futura com um estado totalitário e burocrático, que espia de forma abusadora todo e qualquer movimento dos cidadãos. «Big Brother is watching you». Como Deus, o Grande Irmão é omnipresente e vê-nos onde quer que estejamos, sejam momentos públicos ou íntimos. Winston Smith, o herói do romance, é funcionário do Ministério da Verdade, onde se dedica a "corrigir" os factos históricos ao sabor das conveniências do Partido. Porque «Quem controla o passado, controla o futuro: e quem controla o presente, controla o passado», como diz o slogan partidário. Mas Winston Smith corre um grave risco, porque a sua memória ainda funciona. E ele sabe que a imagem do Estado e do Partido são uma ficção, que os cidadãos são controlados através da mentira. E a Polícia do Pensamento, que quase consegue ler a mente dos indivíduos, sabe que ele sabe. E ainda por cima Winston apaixona-se por Júlia, um amor que é proibido. Entra então para uma organização que se chama a Irmandade, para combater o Partido. Como conseguirão iludir as câmaras, os "olhos" do Grande Irmão?
Segundo Orwell, «Mil Novecentos e Oitenta e Quatro» é uma sátira, onde aliás se detecta inspiração swifteana. De aparência naturalista, trata das realidades e do terror do poder político, não apenas num determinado país, mas no mundo — num mundo uniformizado. Foi escrito como um ataque a todos os factores que na sociedade moderna podem conduzir a uma vida de privação e embrutecimento, não pretendendo ser a «profecia» de coisa nenhuma.
Prefácio de José Pacheco Pereira
O escritor britânico George Orwell (1903-1950) escreveu duas brilhantes sátiras ao totalitarismo, que se viriam a tornar clássicos da literatura. "Animal Farm - O Triunfo dos Porcos" (1945), uma fábula animal moderna em que atacava o totalitarismo estalinista, a da célebre frase « Todos os animais são iguais, mas uns são mais iguais que outros», que desde então se tornou amplamente citada; e "1984", publicado um ano antes da sua morte, uma "utopia negativa", visão de uma sociedade futura com um estado totalitário e burocrático, que espia de forma abusadora todo e qualquer movimento dos cidadãos. «Big Brother is watching you». Como Deus, o Grande Irmão é omnipresente e vê-nos onde quer que estejamos, sejam momentos públicos ou íntimos. Winston Smith, o herói do romance, é funcionário do Ministério da Verdade, onde se dedica a "corrigir" os factos históricos ao sabor das conveniências do Partido. Porque «Quem controla o passado, controla o futuro: e quem controla o presente, controla o passado», como diz o slogan partidário. Mas Winston Smith corre um grave risco, porque a sua memória ainda funciona. E ele sabe que a imagem do Estado e do Partido são uma ficção, que os cidadãos são controlados através da mentira. E a Polícia do Pensamento, que quase consegue ler a mente dos indivíduos, sabe que ele sabe. E ainda por cima Winston apaixona-se por Júlia, um amor que é proibido. Entra então para uma organização que se chama a Irmandade, para combater o Partido. Como conseguirão iludir as câmaras, os "olhos" do Grande Irmão?
Segundo Orwell, «Mil Novecentos e Oitenta e Quatro» é uma sátira, onde aliás se detecta inspiração swifteana. De aparência naturalista, trata das realidades e do terror do poder político, não apenas num determinado país, mas no mundo — num mundo uniformizado. Foi escrito como um ataque a todos os factores que na sociedade moderna podem conduzir a uma vida de privação e embrutecimento, não pretendendo ser a «profecia» de coisa nenhuma.