Ilustrações de Iochiaqui, gravadas por Gotô Seikodô
«O chá japonês, servido invariamente sem leite e sem açúcar, que lhe prejudicariam o aroma, é a bebida mais suavemente agradável que possa oferecer-se ao nosso paladar (não de todos porém, mas um paladar sentimental, um tanto sonhador... que nisto dos nossos órgãos de sentir há temperamentos, aptidões afectivas características...). O guyokuró, por exemplo, que é o mais celebrado chá de Uji e de todo o Japão, instila tais subtilezas balsâmicas de sabor, que mais parece um perfume; poderia dizer-se que uma maravilhosa alquimia conseguiu liquefazer os aromas das flores — flores dos jardins, flores silvestres —, transferindo do olfacto ao paladar a impressão do gozo.»
É deste modo que Wenceslau de Moraes (1854-1929) fala desta bebida japonesa em "O Culto do Chá", a que se acrescentam neste volume dois outros textos seus, "Uji - A Terra do Chá" e "Vestígios da Passagem dos Portugueses no Japão".
Ilustrações de Iochiaqui, gravadas por Gotô Seikodô
«O chá japonês, servido invariamente sem leite e sem açúcar, que lhe prejudicariam o aroma, é a bebida mais suavemente agradável que possa oferecer-se ao nosso paladar (não de todos porém, mas um paladar sentimental, um tanto sonhador... que nisto dos nossos órgãos de sentir há temperamentos, aptidões afectivas características...). O guyokuró, por exemplo, que é o mais celebrado chá de Uji e de todo o Japão, instila tais subtilezas balsâmicas de sabor, que mais parece um perfume; poderia dizer-se que uma maravilhosa alquimia conseguiu liquefazer os aromas das flores — flores dos jardins, flores silvestres —, transferindo do olfacto ao paladar a impressão do gozo.»
É deste modo que Wenceslau de Moraes (1854-1929) fala desta bebida japonesa em "O Culto do Chá", a que se acrescentam neste volume dois outros textos seus, "Uji - A Terra do Chá" e "Vestígios da Passagem dos Portugueses no Japão".