Numa altura em que o interesse pela narrativa curta se renova por todo o lado e depois da reedição muito esperada de "Contos da Sétima Esfera", surge este perturbador "O Homem do Turbante Verde". Cenários evocadores dos nossos dias enlaçam-se com os destinos de uma juventude confrontada com perplexidades e dilemas de um tempo histórico ainda recente. Percursos aventurosos numa África irreal, toda feita de caprichos literários, vão de par com histórias sombrias, cheias de inquietação e susto. A ironia afável conjuga-se com a crueldade. Uma estranheza, ora inquietante ora divertida, acompanha o delírio mais inesperado. Uma linguagem que aposta na clareza, sem fazer quaisquer concessões ao facilitismo. Mário de Carvalho tem regressado frequentemente ao conto, em todas as suas variantes, desde o microtexto de "Fabulário" à narrativa de respiração lenta de "Era uma Vez um Alferes", desde o tom alegre e rápido de "Casos do Beco das Sardinheiras", até à cadência magoada e grave de "O Conde Jano", desde o recorte clássico à irrupção do surreal, desde o registo realista à efabulação fantástica ou maravilhosa, desde o pequeno apontamento do quotidiano, ao percurso nas zonas do mistério e da inquietação, desde a ironia bem-humorada ao pressentimento sombrio de uma ameaça, desde o entrecho com princípio, meio e fim, ao sobressalto de uma atmosfera ou de um ambiente em aberto, desde a actualidade mais concreta às regiões e aos tempos longínquos da História dos homens.
Numa altura em que o interesse pela narrativa curta se renova por todo o lado e depois da reedição muito esperada de "Contos da Sétima Esfera", surge este perturbador "O Homem do Turbante Verde". Cenários evocadores dos nossos dias enlaçam-se com os destinos de uma juventude confrontada com perplexidades e dilemas de um tempo histórico ainda recente. Percursos aventurosos numa África irreal, toda feita de caprichos literários, vão de par com histórias sombrias, cheias de inquietação e susto. A ironia afável conjuga-se com a crueldade. Uma estranheza, ora inquietante ora divertida, acompanha o delírio mais inesperado. Uma linguagem que aposta na clareza, sem fazer quaisquer concessões ao facilitismo. Mário de Carvalho tem regressado frequentemente ao conto, em todas as suas variantes, desde o microtexto de "Fabulário" à narrativa de respiração lenta de "Era uma Vez um Alferes", desde o tom alegre e rápido de "Casos do Beco das Sardinheiras", até à cadência magoada e grave de "O Conde Jano", desde o recorte clássico à irrupção do surreal, desde o registo realista à efabulação fantástica ou maravilhosa, desde o pequeno apontamento do quotidiano, ao percurso nas zonas do mistério e da inquietação, desde a ironia bem-humorada ao pressentimento sombrio de uma ameaça, desde o entrecho com princípio, meio e fim, ao sobressalto de uma atmosfera ou de um ambiente em aberto, desde a actualidade mais concreta às regiões e aos tempos longínquos da História dos homens.