Porque razão Carel Fisher, o novo reitor de uma paróquia em Londres, se mostra indisponível para receber visitas? Marcus, o irmão mais novo e solteiro, insiste em vê-lo, e o mesmo se passa com a entusiástica Anthea Barlow, do pastorato. Correm rumores relativos a excentricidades. Quando um homem caracterizado pela paixão religiosa perde a fé, é provável que decida abraçar o mal. Os seus anjos são as forças espirituais errantes de um tempo desprovido de absolutos. Iris Murdoch — escritora e filósofa, de origem irlandesa inicia, em 1954, uma brilhante carreira literária. 26 romances, peças de teatro e um volume de poesia, para além de uma extensa obra na área da não ficção com vários ensaios publicados, mereceram-lhe numerosas distinções e vários prémios. O seu estilo é complexo, combinando magistralmente o naturalismo e o macabro, o familiar e o mágico. Vista como mestre na perfeição estilística, apresenta um conjunto de personagens que lutam entre a descoberta de que não são verdadeiramente livres mas limitados por eles próprios, pela sociedade e por forças naturais. Os seus romances foram considerados uma importante contribuição para a literatura inglesa da segunda metade do século XX. A sua escrita foi influenciada pelos maiores romancistas do século XIX como Dickens, George Eliot, Dostoyevsky, Tolstoy e Henry James. A sua obra convida à meditação acerca das complexas configurações do caos e contingência, bem e mal, poder, fantasia, encantamento, verdade e amor.