Primeira edição em livro.
Inclui os textos “O Teodolito” e “A Velha Casa”
Capa e ilustrações de João Carlos Albernaz
(...) A abrir o romance estaria «O Teodolito», que Pacheco terá começado a escrever em Almoinha, antes ainda de pensar incluí lo nesse romance. Sobre «O Teodolito» disse que era «obsceno» e «o primeiro texto neo abjeccionista português» (o segundo seria «A Mulher dos Meus Sonhos», que se perdeu ou que simplesmente nunca escreveu): Para breve lhe anuncio a publicação dum texto meu. Receio que V. não goste, pois é bastante impróprio para senhoras. Desde o Bocage, creio eu, a língua portuguesa, aliás com fortes tendências nativas e usuais para tanto, não era tocada no campo da obscenidade com tal força. Chama se O Teodolito, composição neo abjeccionista. Agora o que eu gostava que V. lesse era a minha noveleta A ENORME REPULSA, de objectivos actualistas, e da qual O Teodolito é, mais ou menos, o 1.º capítulo. O teodolito é um instrumento que serve para medir as distâncias, o que, aplicado por analogia às relações humanas, permite a um indivíduo conhecer a sua circunstância — no texto a circunstância define se por uma sucessão de pequenos acontecimentos que correm mal — e, por inerência lógica, ajuda o a marcar a sua posição em relação aos outros. O texto acabou por ser publicado separadamente, em 1962, na Contraponto e em estênsil (o exemplar que existe na Biblioteca Nacional está dedicado a Natália Correia: «para a Natália, este texto de liberdade e libertinagem, que ela é a única mulher portuguesa do seu tempo capaz de entender. E perdoar, com a amizade do Autor»), e entusiasmou o leitor Eduardo Lourenço: «Li com verdadeiro assombro o Teodolito, texto magnífico em todos os sentidos, de uma ciência de composição e de um modernismo impecáveis. O Luís Pacheco não é só alguém fora do comum, mas um verdadeiro e grande escritor.» in Puta que os Pariu!, João Pedro George
NOTA:
Estado 4 – Pequenas falhas na contracapa e lombada; sinais de posse
Primeira edição em livro.
Inclui os textos “O Teodolito” e “A Velha Casa”
Capa e ilustrações de João Carlos Albernaz
(...) A abrir o romance estaria «O Teodolito», que Pacheco terá começado a escrever em Almoinha, antes ainda de pensar incluí lo nesse romance. Sobre «O Teodolito» disse que era «obsceno» e «o primeiro texto neo abjeccionista português» (o segundo seria «A Mulher dos Meus Sonhos», que se perdeu ou que simplesmente nunca escreveu): Para breve lhe anuncio a publicação dum texto meu. Receio que V. não goste, pois é bastante impróprio para senhoras. Desde o Bocage, creio eu, a língua portuguesa, aliás com fortes tendências nativas e usuais para tanto, não era tocada no campo da obscenidade com tal força. Chama se O Teodolito, composição neo abjeccionista. Agora o que eu gostava que V. lesse era a minha noveleta A ENORME REPULSA, de objectivos actualistas, e da qual O Teodolito é, mais ou menos, o 1.º capítulo. O teodolito é um instrumento que serve para medir as distâncias, o que, aplicado por analogia às relações humanas, permite a um indivíduo conhecer a sua circunstância — no texto a circunstância define se por uma sucessão de pequenos acontecimentos que correm mal — e, por inerência lógica, ajuda o a marcar a sua posição em relação aos outros. O texto acabou por ser publicado separadamente, em 1962, na Contraponto e em estênsil (o exemplar que existe na Biblioteca Nacional está dedicado a Natália Correia: «para a Natália, este texto de liberdade e libertinagem, que ela é a única mulher portuguesa do seu tempo capaz de entender. E perdoar, com a amizade do Autor»), e entusiasmou o leitor Eduardo Lourenço: «Li com verdadeiro assombro o Teodolito, texto magnífico em todos os sentidos, de uma ciência de composição e de um modernismo impecáveis. O Luís Pacheco não é só alguém fora do comum, mas um verdadeiro e grande escritor.» in Puta que os Pariu!, João Pedro George
NOTA:
Estado 4 – Pequenas falhas na contracapa e lombada; sinais de posse