«Os vagabundos» ocupa, na obra de Gorki, uma posição explicativa: Gorki, criou, literariamente, o vagabundo. Não se pode associar aos nomes de Hansum, ou de Dickens, ou de Vítor Hugo. O vagabundo de Gorki é um tipo à parte: o bossiak, um equivalente eslavo do clochard francês. Foi o exotismo do tipo que primeiro chamou a atenção para o jovem autor. Introduzia-se, na literatura, um novo mundo, uma nova visão das coisas. O que é, afinal, um bossiak? Uma rápida consulta à Rússia medieval, a qual se prolongaria até 1817, denunciaria o quadro social do grande país euroasiático. De um lado, uma nobreza de importação, cópia barata e servil de outras nobrezas, uma corte que parodiava Versalhes, uma administração que via, nos administrados, tão-somente, um cadastro de pagadores de impostos. Do outro, o camponês, o mujique, o povo.
«Os vagabundos» ocupa, na obra de Gorki, uma posição explicativa: Gorki, criou, literariamente, o vagabundo. Não se pode associar aos nomes de Hansum, ou de Dickens, ou de Vítor Hugo. O vagabundo de Gorki é um tipo à parte: o bossiak, um equivalente eslavo do clochard francês. Foi o exotismo do tipo que primeiro chamou a atenção para o jovem autor. Introduzia-se, na literatura, um novo mundo, uma nova visão das coisas. O que é, afinal, um bossiak? Uma rápida consulta à Rússia medieval, a qual se prolongaria até 1817, denunciaria o quadro social do grande país euroasiático. De um lado, uma nobreza de importação, cópia barata e servil de outras nobrezas, uma corte que parodiava Versalhes, uma administração que via, nos administrados, tão-somente, um cadastro de pagadores de impostos. Do outro, o camponês, o mujique, o povo.