Ou César ou Nada é um romance sobre o círculo iniciado pelos renascentistas Alexandre VI, César e Lucrécia Bórgia e encerrado por Francisco Bórgia, duque de Gandia, geral da Companhia de Jesus e um dos inspiradores e executores da Contra-reforma. Numa mesma família, aparentada com a realeza e com o poder religioso e económico da Europa e da América (um descendente dos Bórgia foi, nos últimos tempos, presidente da República do Equador), funde-se o pulsar da mudança do humanismo renascentista e a sua reacção, dirigida no sentido de tudo alterar de modo a que a ordem estabelecida mude o menos possível. Não se trata de um romance histórico habitual. Embora o autor situe os factos na sua época, utiliza um ritmo narrativo e uma linguagem que dão aos acontecimentos a vivência de uma história contemporânea de terror, paixão, ambição, coragem, cobardia, vanguardismo e conservadorismo. Maquiavel, Alexandre VI, o Grande Capitão, Lucrécia Bórgia, Leonardo, Miguel Ângelo, Savonarola, Joana, a Louca presenciam as «corridas» de César Bórgia com o empenho de um matador confiado na virtude que reúne a razão e a força contra o fatalismo da providência ou do destino.

«Ou César ou Nada não é um romance histórico. É um belíssimo fresco literário feito de factos e ficções em torno de uma época conturbada que tem como pano de fundo a crise do poder feudal em Itália, obviamente aplicável aos tempos que correm, em que o cidadão comum continua a sentir-se politicamente desprotegido perante os abusos de poder.» Expresso