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Pão e amor xxxx

LT004296
1942
Knut Hamsun

Editora Parceria A. M. Pereira
Idioma Português PT
Estado : Usado 5/5
Encadernação : Capa dura
Disponib. - Indisponível

€12
Mais detalhes
  • Ano
  • 1942
  • Idioma Original
  • Norueguês
  • Tradutor
  • César de Frias
  • Código
  • LT004296
  • Detalhes físicos
  • Dimensões
  • 13,00 x 19,00 x
  • Nº Páginas
  • 305

Descrição

Tradução e prefácio de César de Frias

Grande épico da vida rural, cujo imediato e enorme sucesso internacional foi em grande medida responsável pela atribuição, três anos depois da sua publicação, do prémio Nobel ao autor, Pão e Amor (também traduzido como Os Frutos da Terra), representa um dos cumes mais elevados da produção literária de Knut Hamsun. Exortando o retorno do Homem a uma vida salutar e simples em comunhão com a Natureza como único remédio para eliminar a degradação causada pela modernidade e pelo progresso à humanidade, Hamsun oferece ao leitor neste romance uma das personagens mais fascinantes da história da literatura: Isak, homem rude e sem passado, intrépido pioneiro, estabelece-se na terra inóspita e selvagem do norte da Noruega, onde constrói com o esforço do seu trabalho uma quinta, a Sellanraa, e funda, juntamente com a sua mulher Inger, uma família e um modelo de vida ideal, ameaçado pela chegada de outros colonos. “O homem chega, subindo em direcção ao norte. Traz consigo um saco, o seu primeiro saco, cheio de comestíveis e com mais meia dúzia de utensílios dentro. É robusto e rude; tem uma barba ruiva, intonsa; há cicatrizes em seu rosto e suas mãos: testemunhos de trabalho ou de guerra. Talvez se oculte ali para fugir a castigo, ou talvez seja um filósofo que aspire à paz; eis como surgiu o primeiro ser humano no seio dessa pavorosa solidão. Vai, prossegue sempre. Ao seu redor, os pássaros e os bichos da terra. Às vezes murmura algumas palavras de si para consigo: «Oh, meu Deus!»” “Vê tu o que se dá com vocês na Sellanraa! Conservam perpetuamente diante dos olhos o espetáculo das azuladas serranias. Não se trata de quaisquer novas invenções: trata-se da montanha, que se ergue ali desde a criação do universo, profundamente enraizada no passado. Ela faz-lhes companhia; vocês vivem em comunhão com o céu e com a terra, com essa imensa natureza dotada de raízes indestrutíveis. Vocês não necessitam de utilizar espadas: caminham sem armas, cabeça ao léu, cheios de confiança no mundo que os rodeia. O homem e a natureza não travam combates entre si: estabelecem perfeito acordo. A montanha e a floresta, a planície e o pântano, o céu e as estrelas. Ah! isto não são coisas que se avaliem miseravelmente: não há craveira que as meça. Escuta-me, Sivert! Deves sentir-te satisfeito com a tua sorte. Vocês possuem tudo quanto é preciso para viver, e para atribuir uma finalidade à existência e para inspirar fé. Nascem e multiplicam-se; são necessários à face da terra. Necessários, sim! Nem toda a gente o é! Mantêm a vida, transmitem a vida de geração em geração: é este o sentido da vida eterna.”

Knut Hamsun (1859-1952), escritor norueguês, no ano em que lhe foi atribuído o prémio Nobel de Literatura, em 1920, era provavelmente o mais influente autor europeu. Thomas Mann, André Gide, Máximo Gorki, Franz Kafka ou o jovem Hemingway contavam-se entre os seus incondicionais admiradores. O uso que fez da subjectividade e do monólogo interior, aliados a um forte lirismo e a temáticas absolutamente inovadoras à época, fizeram de romances como Fome (1890), Mistérios (1892), Pan (1894) ou Victoria (1898) obras-primas e marcos no início da modernidade na literatura. Mestre inovador do romance psicológico, com a viragem do século, Hamsun prefere abordar temáticas sociais e históricas mais vastas, oferecendo nas suas obras uma particular visão do mundo, que se consubstancia numa crítica feroz à modernidade e ao progresso, considerados fontes da degradação do Homem, exortando, pelo contrário, o retorno deste a uma vida simples e salutar, em comunhão com a natureza.


LT004296
1942
Knut Hamsun
Editora Parceria A. M. Pereira
Idioma Português PT
Estado : Usado 5/5
Encadernação : Capa dura
Disponib. - Indisponível

Mais detalhes
  • Ano
  • 1942
  • Idioma Original
  • Norueguês
  • Tradutor
  • César de Frias
  • Código
  • LT004296
  • Detalhes físicos

  • Dimensões
  • 13,00 x 19,00 x
  • Nº Páginas
  • 305
Descrição

Tradução e prefácio de César de Frias

Grande épico da vida rural, cujo imediato e enorme sucesso internacional foi em grande medida responsável pela atribuição, três anos depois da sua publicação, do prémio Nobel ao autor, Pão e Amor (também traduzido como Os Frutos da Terra), representa um dos cumes mais elevados da produção literária de Knut Hamsun. Exortando o retorno do Homem a uma vida salutar e simples em comunhão com a Natureza como único remédio para eliminar a degradação causada pela modernidade e pelo progresso à humanidade, Hamsun oferece ao leitor neste romance uma das personagens mais fascinantes da história da literatura: Isak, homem rude e sem passado, intrépido pioneiro, estabelece-se na terra inóspita e selvagem do norte da Noruega, onde constrói com o esforço do seu trabalho uma quinta, a Sellanraa, e funda, juntamente com a sua mulher Inger, uma família e um modelo de vida ideal, ameaçado pela chegada de outros colonos. “O homem chega, subindo em direcção ao norte. Traz consigo um saco, o seu primeiro saco, cheio de comestíveis e com mais meia dúzia de utensílios dentro. É robusto e rude; tem uma barba ruiva, intonsa; há cicatrizes em seu rosto e suas mãos: testemunhos de trabalho ou de guerra. Talvez se oculte ali para fugir a castigo, ou talvez seja um filósofo que aspire à paz; eis como surgiu o primeiro ser humano no seio dessa pavorosa solidão. Vai, prossegue sempre. Ao seu redor, os pássaros e os bichos da terra. Às vezes murmura algumas palavras de si para consigo: «Oh, meu Deus!»” “Vê tu o que se dá com vocês na Sellanraa! Conservam perpetuamente diante dos olhos o espetáculo das azuladas serranias. Não se trata de quaisquer novas invenções: trata-se da montanha, que se ergue ali desde a criação do universo, profundamente enraizada no passado. Ela faz-lhes companhia; vocês vivem em comunhão com o céu e com a terra, com essa imensa natureza dotada de raízes indestrutíveis. Vocês não necessitam de utilizar espadas: caminham sem armas, cabeça ao léu, cheios de confiança no mundo que os rodeia. O homem e a natureza não travam combates entre si: estabelecem perfeito acordo. A montanha e a floresta, a planície e o pântano, o céu e as estrelas. Ah! isto não são coisas que se avaliem miseravelmente: não há craveira que as meça. Escuta-me, Sivert! Deves sentir-te satisfeito com a tua sorte. Vocês possuem tudo quanto é preciso para viver, e para atribuir uma finalidade à existência e para inspirar fé. Nascem e multiplicam-se; são necessários à face da terra. Necessários, sim! Nem toda a gente o é! Mantêm a vida, transmitem a vida de geração em geração: é este o sentido da vida eterna.”

Knut Hamsun (1859-1952), escritor norueguês, no ano em que lhe foi atribuído o prémio Nobel de Literatura, em 1920, era provavelmente o mais influente autor europeu. Thomas Mann, André Gide, Máximo Gorki, Franz Kafka ou o jovem Hemingway contavam-se entre os seus incondicionais admiradores. O uso que fez da subjectividade e do monólogo interior, aliados a um forte lirismo e a temáticas absolutamente inovadoras à época, fizeram de romances como Fome (1890), Mistérios (1892), Pan (1894) ou Victoria (1898) obras-primas e marcos no início da modernidade na literatura. Mestre inovador do romance psicológico, com a viragem do século, Hamsun prefere abordar temáticas sociais e históricas mais vastas, oferecendo nas suas obras uma particular visão do mundo, que se consubstancia numa crítica feroz à modernidade e ao progresso, considerados fontes da degradação do Homem, exortando, pelo contrário, o retorno deste a uma vida simples e salutar, em comunhão com a natureza.