Após dez anos de desterro na Europa, Henry Miller regressa aos Estados Unidos para embarcar numa viagem de redescoberta das raízes e da alma do seu país. Pesadelo em Ar Condicionado (1945) é o relato dessa odisseia: sobre as ruínas do sonho americano, erguem-se indústrias hipócritas e cidades aberrantes, mecas de negócios, ganâncias e bugigangas, mortos-vivos enterrados em crédito e preconceitos, gente de cifrões nos olhos divorciada da terra que pisa e explora. E mesmo assim, nas brechas deste vazio estético e espiritual, despontam homens e mulheres que, como o autor, aguardam o desmoronar de um sistema doente, alienante, votado ao fracasso. Numa prosa desconcertantemente clarividente, da janela aberta do seu automóvel, Henry Miller faz o implacável retrato de um país que ainda hoje reconhecemos: um país de grandes esperanças, promessas traídas e insanáveis contradições.
Após dez anos de desterro na Europa, Henry Miller regressa aos Estados Unidos para embarcar numa viagem de redescoberta das raízes e da alma do seu país. Pesadelo em Ar Condicionado (1945) é o relato dessa odisseia: sobre as ruínas do sonho americano, erguem-se indústrias hipócritas e cidades aberrantes, mecas de negócios, ganâncias e bugigangas, mortos-vivos enterrados em crédito e preconceitos, gente de cifrões nos olhos divorciada da terra que pisa e explora. E mesmo assim, nas brechas deste vazio estético e espiritual, despontam homens e mulheres que, como o autor, aguardam o desmoronar de um sistema doente, alienante, votado ao fracasso. Numa prosa desconcertantemente clarividente, da janela aberta do seu automóvel, Henry Miller faz o implacável retrato de um país que ainda hoje reconhecemos: um país de grandes esperanças, promessas traídas e insanáveis contradições.