Os contos de Flannery O’Connor são narrativas intensas, que perpassam o cómico e o grotesco, sobre temas de um Sul profundo. O leitor é mantido numa tensão constante à espera do que vai acontecer... e o que acontece está sempre para além do imaginável. O conto que dá título ao livro, "Um Bom Homem é Difícil de Encontrar", conta a história de uma família que parte para a Florida. Mas na estrada encontra um par de assassinos... É uma história arrepiante, mais acentuada porque O’Connor a constrói com toda a serenidade, mistura humor com tragédia numas férias familiares que não acabam felizes para sempre.
«Li as histórias todas, uma por uma, noite dentro, sempre a sentir-me quase na margem do rio por onde se navega para outra dimensão qualquer. Viajei por dentro de todos os nervos de todas as perplexidades humanas, e a rede de dendrites ia sempre parar ao axónio fundamental, em que, de uma vez por todas, alguém tem que fazer o gesto definitivo que muda tudo, derruba tudo, atira tudo por terra ou volta a pôr tudo no lugar mas já todos sabemos qe nunca mais nada voltará a ser como era dantes. Era incrível. Era hipnótico. Era impossível de interromper antes de chegar ao fim e depois eu apagava a luz e ficava a dar voltas na cama (...). A minha Flannery morreu em 1964. Descubram-na agora, e cada um que julgue por si mesmo.» Clara Pinto Correia
Os contos de Flannery O’Connor são narrativas intensas, que perpassam o cómico e o grotesco, sobre temas de um Sul profundo. O leitor é mantido numa tensão constante à espera do que vai acontecer... e o que acontece está sempre para além do imaginável. O conto que dá título ao livro, "Um Bom Homem é Difícil de Encontrar", conta a história de uma família que parte para a Florida. Mas na estrada encontra um par de assassinos... É uma história arrepiante, mais acentuada porque O’Connor a constrói com toda a serenidade, mistura humor com tragédia numas férias familiares que não acabam felizes para sempre.
«Li as histórias todas, uma por uma, noite dentro, sempre a sentir-me quase na margem do rio por onde se navega para outra dimensão qualquer. Viajei por dentro de todos os nervos de todas as perplexidades humanas, e a rede de dendrites ia sempre parar ao axónio fundamental, em que, de uma vez por todas, alguém tem que fazer o gesto definitivo que muda tudo, derruba tudo, atira tudo por terra ou volta a pôr tudo no lugar mas já todos sabemos qe nunca mais nada voltará a ser como era dantes. Era incrível. Era hipnótico. Era impossível de interromper antes de chegar ao fim e depois eu apagava a luz e ficava a dar voltas na cama (...). A minha Flannery morreu em 1964. Descubram-na agora, e cada um que julgue por si mesmo.» Clara Pinto Correia