«As estórias aqui reunidas são independentes umas das outras, mas, seja pela datação a elas aposta, seja por seus elos imagísticos e temáticos, formam uma espécie de sólido bloco narrativo, no qual cada novo conto amplia o(s) anterior(es), criando uma espécie de vórtice que impacta o imaginário do leitor, do princípio ao fim da obra. A invariante espacial, marca de Luandino, é dada pela cidade de Luanda e, nela, pelo cotidiano vivido nos seus musseques. Mais do que lugar de privação, estes se fazem um símbolo de união, cumplicidade e resistência nos tempos de guerra cobertos pelos textos. Dos musseques, o leitor é levado às prisões, nas quais corpos humanos, torturados e sangrantes, se iluminan pela luz da solidariedade e da confiança na construção do futuro. O escritor, que nos «põe as estórias», no melhor estilo da oralidade por ele reinventada e com perfeita consciência de seu labor estético, organiza, com uma linguagem revolucionária, a festa da esperança nos «tempos bons que vêm por aí». Tal festa se anuncia, sobretudo, no olhar sereno e confiante dos «heróis» cantados, mais do que contados nos textos. Por tudo isso, Vidas Novas é obra que vai muito além da contingência histórica na qual foi escrita. Ela nos ensina a ter fé na resistência do «fio da vida», semente sempre disposta a renascer.» Laura Cavalcante Padilha (Professora da Universidade Federal Fluminense)
«As estórias aqui reunidas são independentes umas das outras, mas, seja pela datação a elas aposta, seja por seus elos imagísticos e temáticos, formam uma espécie de sólido bloco narrativo, no qual cada novo conto amplia o(s) anterior(es), criando uma espécie de vórtice que impacta o imaginário do leitor, do princípio ao fim da obra. A invariante espacial, marca de Luandino, é dada pela cidade de Luanda e, nela, pelo cotidiano vivido nos seus musseques. Mais do que lugar de privação, estes se fazem um símbolo de união, cumplicidade e resistência nos tempos de guerra cobertos pelos textos. Dos musseques, o leitor é levado às prisões, nas quais corpos humanos, torturados e sangrantes, se iluminan pela luz da solidariedade e da confiança na construção do futuro. O escritor, que nos «põe as estórias», no melhor estilo da oralidade por ele reinventada e com perfeita consciência de seu labor estético, organiza, com uma linguagem revolucionária, a festa da esperança nos «tempos bons que vêm por aí». Tal festa se anuncia, sobretudo, no olhar sereno e confiante dos «heróis» cantados, mais do que contados nos textos. Por tudo isso, Vidas Novas é obra que vai muito além da contingência histórica na qual foi escrita. Ela nos ensina a ter fé na resistência do «fio da vida», semente sempre disposta a renascer.» Laura Cavalcante Padilha (Professora da Universidade Federal Fluminense)