Primeira edição
A Bíblia representa uma espécie de atlas. É um reservatório de histórias, um armário cheio de personagens, um teatro do natural e do sobrenatural, um fascinante laboratório de linguagens. Desconhecer a Bíblia não é apenas uma carência do ponto de vista religioso, mas é também uma forma de iliteracia cultural, pois significa perder de vista uma parte decisiva do horizonte onde historicamente nos inscrevemos. Compreender a Bíblia é compreender-se…
«Que a Bíblia é lugar de prova só não o sabe quem nunca dela se aproximou. Livro Sagrado para crentes de mais de uma religião, super-clássico da literatura, chave indispensável de decifração do pensamento e da história, objecto interminável de curiosidade, recepção e estudo, a Bíblia solicita, evidentemente, uma arte de interpretação. Ela tem uma espessura histórica inalienável que é preciso considerar: escrita há dois, três mil anos, em linguas com uma expressividade muito diferente da que têm as nossas, numa gramática singularíssima, gravada sobre a água, sobre o corpo, sobre o lume, abarcando géneros tão meticulosos e díspares que, por si só, representam um desafio colossal a qualquer leitor.»
Primeira edição
A Bíblia representa uma espécie de atlas. É um reservatório de histórias, um armário cheio de personagens, um teatro do natural e do sobrenatural, um fascinante laboratório de linguagens. Desconhecer a Bíblia não é apenas uma carência do ponto de vista religioso, mas é também uma forma de iliteracia cultural, pois significa perder de vista uma parte decisiva do horizonte onde historicamente nos inscrevemos. Compreender a Bíblia é compreender-se…
«Que a Bíblia é lugar de prova só não o sabe quem nunca dela se aproximou. Livro Sagrado para crentes de mais de uma religião, super-clássico da literatura, chave indispensável de decifração do pensamento e da história, objecto interminável de curiosidade, recepção e estudo, a Bíblia solicita, evidentemente, uma arte de interpretação. Ela tem uma espessura histórica inalienável que é preciso considerar: escrita há dois, três mil anos, em linguas com uma expressividade muito diferente da que têm as nossas, numa gramática singularíssima, gravada sobre a água, sobre o corpo, sobre o lume, abarcando géneros tão meticulosos e díspares que, por si só, representam um desafio colossal a qualquer leitor.»