Corria o ano de 1964 quando Mário Cesariny de Vasconcelos, através da Editorial Minotauro, publicou Um Auto Para Jerusalém, a sua única peça de teatro. Amplamente riscado a vermelho e a azul, o relatório da censura diz que a “obrinha de um dos próceres do surrealismo português parece-me [ao Capitão José Brandão de Mello] absolutamente inaceitável, não só pela irreverência, em matéria religiosa ou de fé, como pela chocante intromissão satírico-política no tema filosófico-moral que o autor se propôs”. Anos mais tarde, à TSF, Cesariny disse: “Não posso dizer que tenha sido uma grande vítima do Salazar, não fui, mas não foi nada agradável”. Durante o Estado Novo, o autor esteve obrigado a apresentações regulares, foi acusado de vagabundagem e foi perseguido pela sua homossexualidade.
Corria o ano de 1964 quando Mário Cesariny de Vasconcelos, através da Editorial Minotauro, publicou Um Auto Para Jerusalém, a sua única peça de teatro. Amplamente riscado a vermelho e a azul, o relatório da censura diz que a “obrinha de um dos próceres do surrealismo português parece-me [ao Capitão José Brandão de Mello] absolutamente inaceitável, não só pela irreverência, em matéria religiosa ou de fé, como pela chocante intromissão satírico-política no tema filosófico-moral que o autor se propôs”. Anos mais tarde, à TSF, Cesariny disse: “Não posso dizer que tenha sido uma grande vítima do Salazar, não fui, mas não foi nada agradável”. Durante o Estado Novo, o autor esteve obrigado a apresentações regulares, foi acusado de vagabundagem e foi perseguido pela sua homossexualidade.